Jordy: Lira deve mandato a Bolsonaro, mas não ajuda a oposição
Líder da oposição revela clima bélico entre a oposição e o presidente da Câmara
O Diário do Poder ouviu o líder da oposição na Câmara dos Deputados, Carlos Jordy (PL-RJ), sobre a divergência que decorre da separação de grupos na hora de reunir o colegiado de líderes para definir a agenda de prioridades no Parlamento. A fala de Jordy revela insatisfação e a continuidade do clima ‘bélico’ que se nota entre a oposição e o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), durante as sessões deliberativas.
“Há tempos o Arthur tem problemas comigo por conta disso. Tenho reclamado. Nesta semana, uma matéria de interesse da oposição ficou prejudicada. A gente acaba ficando vendido diante dessa situação”, pontuou.
Perguntado sobre o clima com o presidente Casa e a aparente aproximação entre Lira e o ex-presidente da República, Jair Bolsonaro, o carioca afirma: “O presidente Bolsonaro colocou ele na cadeira. Ele deve o mandato [como presidente da Câmara] ao presidente Bolsonaro. Mas não faz nada pela oposição. Não ajuda a oposição”.
Jordy explica que desde a última legislatura, adotou-se o modelo de separação entre líderes na hora de definir a pauta. Governistas e oposição se reúnem em horários diferentes com o presidente da Câmara, o que, segundo o líder da oposição, acaba tornando comum as mudanças de acordo que privilegiam o governo Lula diante do contexto atual, em que há um alinhamento entre Arthur Lira e o governo petista.
Durante esta semana, Jordy subiu à tribuna para reclamar que um projeto de lei de sua autoria, que impediria o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) de fechar hospitais de custódia no Brasil não foi pautado, diferente do compromisso que Lira teria feito.
Segundo Jordy, a urgência do projeto foi consenso na última reunião com os líderes de oposição, mas a Secretaria Geral da Mesa (SGM) recuou, alegando que a Câmara deve primeiro ouvir o CNJ para depois atuar sobre o tema. Para o deputado, Arthur Lira mudou de ideia depois de se reunir com a base lulista, mesmo depois de garantir, ao grupo liderado pelo carioca, que a matéria entraria na ordem do dia.
“Nós estamos com medo de legislar. Serão fechados hospitais com mais de quatro mil criminosos, entre eles estupradores, pedófilos e assassinos, que serão colocados nas ruas por uma política sem critério técnico. Simplesmente porque o CNJ quis determinar”, afirmou o líder da oposição em Plenário.