Fávaro chega à Câmara isolado por FPA e ignorado por Evair

Para parlamentares de oposição, Fávaro é produtor rural que trai o agronegócio.

Diferente do ex-secretário de Política de Agrícola, Neri Geller, o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, chegou como um ‘leproso’ ao seu depoimento para esclarecer os indícios de cartel na condução do leilão do arroz promovido pelo governo federal. O ministro de Lula não foi recebido na sala da presidência da mesa diretora da Comissão, chefiada atualmente pelo deputado Evair de Melo (PP-ES), e nem foi cumprimentado previamente pelo presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária, Pedro Lupion (PP-PR).

Para parlamentares de oposição, Fávaro é produtor rural que trai o agronegócio ao levantar as bandeiras petistas que confrontam com defesas como  proteção da propriedade privada e marco temporal. Ele é tido como ministro que ‘não vai cair’ porque nenhum outro, em patamar equivalente, se prestaria ao cargo que ocupa.

Fávaro sustentou, no início de seu depoimento ao colegiado, discurso alinhado com a alta cúpula petista que responsabiliza o Banco Central pela alta no preço do arroz no Brasil, por meio de suposto ‘ataque especulativo’.

Ele também negou que a exoneração de Geller tenha motivações pessoais. Mas fugiu de explicar a alegação do Ministério de que o ex-secretário foi demitido ‘a  pedido’’, informação negada por Neri, em audiência na Comissão de Agricultura.

A oposição se reuniu na sede do Partido Liberal, na última terça-feira (18), para alinhar estratégias de inquirição à Fávaro.  O deputado Marcos Pollon (Pl-MS) foi o primeiro orador e disse que Fávaro faz ‘malabarismo retórico’ para convencer  de que o governo ‘diz a verdade’.

O deputado José Medeiros (PL-MT) perguntou se Fávaro está do lado agronegócio, ou se “ele tem dono”. Giovani Cherini (PL-RS) disse que Geller ‘caiu’ por não ser do PT e sugeriu que o ministro da Agricultura ‘será o próximo’.