CPMI: Relatório Paralelo vai denunciar omissão do Ministério da Justiça
Líder do parecer elaborado pela oposição falou, com exclusividade, ao Diário do Poder
Escolhido como líder da elaboração de um relatório paralelo para a CPMI do 08 de janeiro, o deputado Delegado Ramagem (PL-RJ) diz que denunciará o que chamou de ‘omissão do Ministério da Justiça’ sobre a concessão das imagens que registraram a depredação dos prédios públicos.
“O relatório vai pautar danos, omissões e condutas do Ministério da Justiça. Vai sugerir indiciamentos e a partir dele, vamos levar o detalhamento do que ocorreu aqui para cortes internacionais”, pontuou o parlamentar.
E continuou: “Não é coerente a explicação de que imagens foram apagadas. Por que parte das imagens foram entregues e outras não? Qual o critério para a eliminação dessas provas ? Não acreditamos nisso”.
Estratégia da oposição ?
Sobre a dispensa do ministro André Mendonça à Osmar Crivelatti, ex-ajudante de ordens e atual integrante da equipe de apoio do ex-presidente Jair Bolsonaro, Ramagem negou que a medida tratou de estratégia da oposição.
“Não foi estratégia nossa. Não concordamos com isso. Queremos todos os depoimentos. O que ocorreu foi a consequência de postura repetitiva do Supremo que arvorou-se nessas intervenções sobre a CPMI”.
Para Ramagem, o Congresso tem que avançar sobre o controle dessas intervenções a respeito das oitivas de denunciados e testemunhas e demais prerrogativas do Congresso.
Suspeição da Relatora
Perguntado sobre a iminente suspeição da relatora, senadora Eliziane Gama (PSD-MA), o parlamentar afirma que diante da negativa da presidência em intervir sobre o caso, a oposição tem apelado à ‘autoavaliação’ da parlamentar sobre sua conduta, para que avalie deixar a relatoria da CPMI diante da relação amigável com o ex-ministro do GSI, general Gonçalves Dias. “O que sabemos que não vai ocorrer. Mas insistimos, pois faz parte da nossa obrigação expor esses fatos”, antecipou.
Ramagem acrescentou que as mensagens que expuseram o contato entre o ex-ministro do GSI, Gonçalves Dias, e um assessor de Eliziane decorrem da quebra de sigilo do investigado. “Não há problema em haver contato durante investigações. O problema é que ficou exposta ali uma clara combinação de perguntas e respostas”.