Com palestra de José Pastore, Fecomercio SP lança olhar para efeitos da Reforma Tributária
Pastore considera que atual sistema tributário é ‘perverso para a geração de empregos’
Com condução do deputado Jorge Goeten (PL-SC), membro da Frente Parlamentar de Serviços, a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo de São Paulo (Fecomercio-SP), promoveu, no Senado, um evento sobre os impactos da Reforma Tributária sobre a geração de empregos no Brasil.
Como palestrante principal da programação que marcou a manhã desta quarta-feira (27), o professor da Faculdade de Administração e Economia da USP e membro da Academia Paulista de Letras, José Pastore, afirmou que o texto da Reforma, aprovado na Câmara, desonera investimentos e reduz custos, em ‘cadência lenta’, porém efetiva, já que, segundo ele, o atual sistema é ‘perverso para a geração de emprego’.
O resultado, segundo Pastore, será um fôlego para o setor de serviços, gerando novos postos de trabalho e garantindo ‘saúde’ para o cenário empregatício do país.
O professor da USP também lançou olhar para a incidência da tecnologia sobre o mercado de trabalho e a influência da inteligência artificial sobre o futuro da previdência. Para ele, a política deve tratar dos efeitos do boom tecnológico sobre a economia, já que “robô não arrecada nada” [contribuição previdenciária].
Registro da colaboração de Pastore ao evento da Fecomércio SP no Senado.
Segundo o educador, se assunto não for tratado agora, haverá consequência sobre a empregabilidade, produzindo o ‘esfacelamento das contas públicas’.
Na CCJ do Senado, os parlamentares propõem ajustes ao texto da Reforma Tributária em visão consonante com as defesas da Fecomercio. A desoneração do setor de serviços é consenso entre os parlamentares que visam a importância do volume de empregos gerados pelo setor, um total de 59% das ocupações do país.
“Alguém precisa defender o contribuinte, que, assim como o consumidor, não tem mais condição de receber qualquer majoração na tributação. Se o custo desse aumento é repassado à ponta final, esta terá condição de absorvê-la?”, questionou o senador Izalci Lucas (PSDB/DF).
Hamilton Mourão (Republicanos/RS) advertiu para a neutralidade do imposto, ou seja, que não se permita uma carga maior.