Após articular contra CPMI, agora Lula diz que não irá interferir
‘CPI é por conta do Congresso. Faça a hora que quiser’, disse o presidente, que está em Portugal
Em Portugal, para encontro com o presidente Marcelo Rebelo de Sousa, o presidente Lula (PT) mudou o discurso sobre a CPMI do 8 de Janeiro após seu ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Gonçalves Dias, ter videos expostos recebendo os vândalos que invadiram o Palácio do Planalto no início de janeiro.
Antes contrário à uma comissão parlamentar de inquérito, agora o petista diz que o Congresso Nacional pode criar a CPMI “quando quiser”, sem sua interferência.
A fala foi dada em entrevista coletiva concedida em Lisboa, ao lado do presidente com quem Lula se encontrou para reunião bilateral. Ele disse ainda que decidirá sobre o futuro do GSI quando voltar ao Brasil.
“Eu queria que essa pergunta fosse endereçada a mim quando eu voltasse ao Brasil. Porque fazer uma viagem a Portugal, fazer acordos com Portugal, discutir assuntos de interesse do mundo, e não só de nossos países, e depois eu ficar respondendo perguntas de problemas internos do Brasil, não é muito justo para quem vai nos ouvir. Eu vou decidir essas coisas do GSI… Eu não decido a questão de CPI. CPI é coisa do Congresso Nacional, ele decide a hora que ele quiser, faça a hora que quiser fazer. O presidente da República não vota no Congresso Nacional. Eu não voto no Senado, não voto na Câmara. Os deputados decidem. E o GSI, que é da minha responsabilidade, quando eu voltar eu vou tomar a decisão que eu achar mais importante para o Brasil”, afirmou o presidente brasileiro em resposta à primeira pergunta de um jornalista.