Guarda conta que sua filha não entendia por que desembargador o humilhou
O guarda Cícero diz que não teme represálias como agiu corretamente
Cícero Hilário foi o responsável por abordar, neste domingo, o desembargador Eduardo Siqueira, do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP), no calçadão da orla da cidade.
Ele pede que o desembargador coloque a máscara, como exige um decreto da prefeitura de Santos, mas é insultado e intimidado. O guarda Cícero foi chamado de “analfabeto” e, em seguida, o desembargador rasga a multa e joga o papel no chão.
Em entrevista à Rádio Bandeirantes, Cícero Hilário relatou que sua maior preocupação era com sua filha e a esposa, que não entendiam por que ele foi tratado daquela maneira pelo desembargador, mas depois perceberam que ele havia feito a coisa certa.
O guarda demonstrou equilíbrio e ponderação que faltam ao desembargador. Perguntado sobre se achava que Siqueira, ao demonstrar comportamento reprovável, poderia ser um bom juiz. O guarda disse que não se sentia “gabaritado” para avaliar isso.
Desembargador é reincidente
Ele contou que num primeiro momento ficou triste com a humilhação, mas agora se sente orgulhoso: “Hoje eu me sinto muito orgulhoso. Eu estava fazendo o meu trabalho. Mesmo com tudo que ele falou, eu não me intimidei”, relatou.
O guarda civil disse que não conhecia Eduardo Siqueira, mas foi alertado que não era a primeira vez que ele era flagrado sem máscara.
Segundo ele, ao contrário do que diz o desembargador, a gravação não foi editada e mostra na íntegra o que realmente aconteceu: “Não foi editado, não. Tudo que aconteceu tá no vídeo que tá circulando. Toda a abordagem seguiu de forma natural”.
Após a abordagem, o desembargador seguiu a pé sem colocar a máscara. Eduardo Siqueira foi multado em R$100 por se recusar a usar a proteção e também em R$ 150 por jogar no chão o papel com o registro da multa.