Governador de Alagoas critica criminalização da vaquejada pelo STF

Renan Filho vê vaquejada como esporte e patrimônio cultural

O governador alagoano Renan Filho (PMDB) utilizou as redes sociais para criticar a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que tornou inconstitucional uma lei que regulava a prática da vaquejada no Estado do Ceará.

O filho do presidente do Senado Renan Calheiros (PMDB-AL) saiu em defesa da vaquejada como patrimônio cultural de Alagoas e do Nordeste, herdeira das antigas “pegas de boi” que ainda ocorrem na caatinga. E empenhou seu apoio aos defensores do esporte para que o Poder Judiciário reconsidere sua decisão, tomada com base nos maus tratos contra os animais.

Em seu perfil do Facebook, Renan Filho usou a foto dos vaqueiros arapiraquenses que chamou de heróis: Celso Vitório, pentacampeão brasileiro de vaquejada e considerado o melhor vaqueiro do mundo, e seu filho Juninho Vitório, que também coleciona títulos e é um dos melhores vaqueiros brasileiros. Ambos agradeceram ao apoio do governador.

Mas também houve críticas, como a do estudante de jornalismo Matheus Magalhães Gonçalves, que criticou Renan Filho e classificou a vaquejada como espetáculo elitista e de mau gosto, que tem que acabar.

Veja a manifestação de Renan Filho publicada na noite de domingo (9):

Prática ilegal

Na última quinta-feira (6), o Plenário do STF decidiu, por 6 votos a 5, que a lei cearense que regulamentava a vaquejada era inconstitucional, por configurar uma prática de crueldade contra os animais, sendo assim uma atividade ilegal.

A Assembleia Legislativa de Alagoas (ALE) aprovou lei similar à cearense, no dia 30 de novembro de 2015, de autoria do deputado Dudu Hollanda (PSD), que reconhecia a vaquejada como atividade esportiva em Alagoas.

Há um ano, um parecer técnico encomendado pela Associação Alagoana de Criadores de Cavalo Quarto de Milha (ALQM), concluiu que, em Alagoas, a vaquejada movimenta mais de R$ 62 milhões por ano, empregando quase 11 mil pessoas, sendo 4.800 de forma direta, e gera uma receita mensal de R$ 5 milhões em salários. O estudo “O Mercado da Vaquejada em Alagoas” foi elaborado pelos mestres em Economia Aplicada Lucas Sorgato e Jarpa Aramis.

Cavalgadas em protesto

Associações de criadores, vaqueiros e empresários marcaram para 8h da manhã desta terça-feira (11) uma cavalgada em direção ao Palácio República dos Palmares, sede do Governo Estadual, no Centro da capital alagoana. Outras cavalgadas em protesto ocorre na quarta-feira (12), às 9h no povoado Leobino, em Inhapi, e às 14h em Santana do Ipanema. Todos alegam que novas práticas eliminaram a violência e minimizaram os riscos de acidentes com os animais.