Fúria de patrões no DF

Empresários derrotados em licitação patrocimam protesto que fere 17

A Polícia Civi do DF investiga a denúncia, referendada pelo próprio Sindicato dos Rodoviários, de que os donos de empresas de ônibus patrocinaram o protesto que paralisou a região central de Brasília, esta tarde, e que resultou em conflito, 17 pessoas feridas, inclusive policiais e ônibus danificados (um queimado) por passageiros revoltados. Os policiais também investigam quem produziu um documento falso em que supostamente o governador Agnelo Queiroz (PT) autorizava a Secretaria dos Transportes a aumentar o valor das passagens em vinte centavos – exatamente o valor do aumento que deflagrou a revolta popular em São Paulo e em outras cidades. O documento é grosseiramente falsificado. A passagem de ônibus no DF, ainda uma das mais caras do País, custa R$ 3 desde 2006. Os empresários que teriam patrocinado a manifestação de hoje perderam a licitação que muda interiamente o sistema já a partir desta sexta-feira (28). Entre os perdedores está o próprio presidente do sindicato das empresas, Wagner Canhedo, proprietário da Viplan, empresa que reúne a maior frota do sistema – com cerca de 900 ônibus, quase todos ordinários, velhos. Os rodoviários que fizeram o movimento exigem que o governo do Distrito Federal, ou seja, o contribuinte, pague seus direitos trabalhistas, devidos pelos patrões, após o encerramento das atividades das empresas no sistema de transporte coletivo do DF. A licitação já foi concluída e, a partir de sexta-feira, começa a substituição da frota, com 50 ônibus novos fazendo as linhas da cidade Estrutural. Todo o sistema será formado de 3.000 ônibus novos até 4 de dezembro, segundo o vice-governador Tadeu Filippelli (PMDB) confirmou agora há pouco a este site.