Família cobra Justiça para caso de latrocínio de professor da Ufal que foi carbonizado

Caso Daniel Thiele está parado na 17ª Vara Criminal, para angústia de seus parentes

Quase dois anos depois de o professor da Universidade Federal de Alafoas (Ufal), Daniel Thiele, ser vítima de latrocínio, sua família está cobrando a conclusão do processo pelos juízes que compõem a 17ª Vara Criminal da Capital, em Maceió (AL), especializada em crime organizado e responsáveis pela análise do caso. Um dos acusados de envolvimento na morte do educador encontrado carbonizado em seu veículo, em setembro de 2017, ainda não apresentou a defesa; motivo que impede os magistrados de sequenciar a tramitação dos autos.

No começo desta semana, o advogado Thiago Pinheiro, contratado para atuar como assistente de acusação, apresentou um requerimento ao colegiado privativo de julgar crimes praticados por organizações criminosas para nomeação de um defensor público ao réu Cristiano Nascimento Germano, que até agora não constituiu advogado para apresentar as alegações finais no processo.

Pinheiro justificou à 17ª Vara que os autos não podem ficar aguardando somente a defesa deste réu para que o processo seja, enfim, concluído. O requerimento da assistência de acusação, com pedido de urgência, foi protocolado no Poder Judiciário nessa segunda-feira (29 de abril), mas ainda não foi analisado pelos juízes.

O irmão do professor Daniel Thiele informou que a família está aguardando o resultado deste caso desde 3 de julho de 2018, quando aconteceu a audiência para ouvir testemunhas arroladas tanto pela defesa dos cinco réus como pela acusação. “Desde esta data estamos esperando a aplicação do veredito do juiz responsável por este caso”, comentou o bancário Marcelo Thiele.

“Causa estranheza que, após quase um ano, ainda não tenha sido concluído este caso.  Periodicamente, estamos em contato com o doutor Thiago Pinheiro, solicitando informações acerca do andamento do processo, porém, o mesmo encontra-se parado. Esperamos que o juiz responsável se manifeste em breve para que seja dado um posicionamento, bem como anunciar a pena daqueles que estiveram envolvidos da morte do Daniel”, avalia.

A família, segundo Marcelo Thiele, quer, apenas, que a justiça seja aplicada, privando os criminosos do convívio social, no intuito de evitar que outras famílias passem pela dor da perda de um ente querido.

O caso

O inquérito policial enviado à Justiça aponta que, no dia 20 de setembro de 2017, os réus Thiago Anderson Lima da Silva, Cristiano Nascimento Germano e André da Silva Firmino planejaram roubar um jogo de rodas de carro no valor de R$ 7 mil e um aparelho de telefone. A trama, segundo a polícia, teve ainda a ajuda de Luís Fernando Gonçalves de Oliveira e Fabiano da Silva Rocha, resultando, posteriormente, na morte do professor.

Os restos mortais de Daniel Thiele e o carro, ambos totalmente carbonizados, somente foram encontrados no dia 6 de outubro daquele ano, em uma área de mata de difícil acesso na zona rural do município do Pilar. O achado somente foi possível com o suporte de uma aeronave da Secretaria de Segurança Pública. (Com informações da assessoria de imprensa da família de Daniel Thiele)