Exonerado chefe de gabinete filmado na Máfia da Cidade Limpa

Leandro Benko foi gravado negociando propina na Cidade Limpa

O prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB), publicou nesta terça-feira, 1º, no Diário Oficial da Cidade, a exoneração do chefe de gabinete da Prefeitura Regional da Lapa, Leandro Benko, gravado em um suposto esquema de cobrança de propina para liberar propaganda ilegal na capital paulista, a Máfia da Cidade Limpa. O caso foi revelado na segunda-feira, 31, pela rádio CBN, que menciona empresários, representantes comerciais e 14 servidores públicos, entre os quais o chefe de gabinete da Lapa.

Benko foi nomeado ao cargo comissionado (sem concurso) pelo próprio prefeito em janeiro por indicação do irmão Laércio Benko (PHS), ex-vereador de São Paulo que virou secretário de Turismo do governo Geraldo Alckmin (PSDB) após fechar apoio à eleição de Doria, em outubro.

O chefe de gabinete da Lapa foi um dos seis servidores filmados pela reportagem cobrando propina para liberar panfletagem, cavaletes e faixas de propaganda nas ruas, o que é vetado pela Lei Cidade Limpa, em vigor há dez anos.

Ele sugere que o acerto poderia ser feito por cerca de R$ 7 mil e que envolveria o prefeito regional da Lapa, Carlos Fernandes, filiado ao PPS.

"São vários pratos de comida que a gente tem que dividir", disse Benko no vídeo. A reportagem não conseguiu contatá-lo entre segunda-feira, 31, e terça-feira.

Os outros cinco funcionários gravados são servidores de carreira da Prefeitura e, segundo a gestão Doria, serão afastados por 120 dias para investigação interna que pode resultar na exoneração a bem do serviço público.

A Secretaria das Prefeituras Regionais ainda está identificando quem são os funcionários filmados para afastá-los de suas funções.

Máfia da Cidade Limpa

O esquema, segundo a CBN, envolve fiscais e funcionários das prefeituras regionais de Cidade Tiradentes, Lapa, Mooca, Penha, Pinheiros, Pirituba, Santo Amaro, São Mateus, Sé e Vila Prudente. 

Segundo a gestão Doria, uma investigação interna será feita para apurar se os demais funcionários citados pela reportagem têm participação no esquema, como o prefeito regional da Lapa, Carlos Fernandes, que nega envolvimento e defende apuração e exoneração dos envolvidos. (AE)