Governo atribui inflação acima da meta ao clima
O ministro Rui Costa afirmou que as condições climáticas extremas influenciou o aumento da inflação.
O ministro-chefe da Casa Civil, Rui Costa, minimizou o fato da inflação de 2024 ter ultrapassado o teto da meta, atribuindo o aumento a condições climáticas extremas, como enchentes no Rio Grande do Sul e seca em regiões produtoras do país.
“No ano de 2024, nós tivemos eventos climáticos muito extremos, tanto seca em várias regiões produtoras ao longo do ano como enchentes em várias regiões produtoras”, disse o ministro.
O Brasil terminou 2024 com a inflação oficial com alta acumulada de 4,83%, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Com isso, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) fechou 2024 com alta de 4,83%, acima do limite de 4,5% estipulado pelo CMN (Conselho Monetário Nacional).
Produtos como carnes (+20,84%), óleo de soja (+29,21%), azeite de oliva (21,53%), café moído (+39,6%) e gasolina (+9,71%) foram os principais responsáveis pela alta. Como grande parte desses produtos vem do setor agropecuário, o ministro usou isso como base para seu argumento.
Rui Costa destacou que o setor agropecuário teve desempenho negativo em 2024, diferentemente de 2023, quando impulsionou o PIB. Ele afirmou que, mesmo com o crescimento de 3,5% do PIB em 2024, fatores climáticos afetaram alimentos e combustíveis, impactando a inflação.
O Banco Central (BC) deverá justificar o descumprimento da meta em uma carta pública ao ministro da Fazenda, como exige a legislação. Desde outubro, o IPCA já estava acima do limite, com previsão de furo confirmada no último Relatório Trimestral de Inflação, divulgado em dezembro.