Alexandre de Moraes relaciona ‘gabinete do ódio’ ao ataque em Brasília

Moraes avalia que não é possível pacificação dando anistia para "criminosos"

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes afirmou que o atentado cometido na última quarta-feira (13), na Praça dos Três Poderes, é obra do gabinete do ódio que se iniciou a alguns anos atrás.

“O que ocorreu ontem não é um fato isolado do contexto. […] Queira Deus que seja um ato isolado, este ato. Mas o contexto é um contexto que se iniciou lá atrás, quando o famoso gabinete do ódio começou a destilar discurso de ódio contra as instituições, contra o Supremo Tribunal Federal, principalmente. Contra a autonomia do Judiciário, contra os ministros do Supremo e as famílias de cada ministro”.

Moraes saiu em defesa da pacificação do país, mas reiterou que não é possível uma pacificação caso seja dado anistia aos “criminosos” do 8 de janeiro “ontem é uma demonstração de que só é possível essa necessária pacificação do país com a responsabilização de todos os criminosos. Não existe a possibilidade de pacificação com anistia a criminosos”.

O magistrado finalizou a linha de raciocínio para que todos, independente de posição politica e ideológica, se unam para defender o estado democrático de direito. “Não podemos compactuar com a impunidade de ninguém que atente contra a democracia, contra os poderes de Estado, contra as instituições. Todos nós, independentemente do posicionamento político e ideológico, temos que nos unir sempre na defesa da democracia”.

O presidente do STF, Luís Roberto Barroso, designou Moraes para ser o relator do caso. Moraes assume a relatoria do caso pelo princípio da “prevenção”, concentração de casos similares nas mãos de um juiz. O ministro do STF é responsável por relatar os inquéritos relacionados aos atos antidemocráticos, incluindo os incidentes envolvendo o 8 de janeiro de 2023.