Número de mortos pela dengue superam o da Covid em 2024

A incidência da doença disparou, com mais de 9 milhões de casos em 2024, segundo a Opas, refletindo uma crise de saúde pública ainda sem solução

Somente durante o este periodo de 2024 (janeiro – outubro) a dengue causou mais mortes do que a covid-19, de acordo com informações do Ministério da Saúde. O Painel de Monitoramento de Arboviroses, atualizado na quarta-feira, 16, aponta para 5.618 óbitos em decorrência da dengue, enquanto o painel da covid-19 registra 4.988 mortes até a semana epidemiológica 40.

Além disso, os dados mostram que, desde o início do ano, foram identificados 6.546.812 casos prováveis de dengue, em contraste com cerca de 742,6 mil casos confirmados de covid-19 no mesmo período. Das 5.618 mortes por dengue, o ministério, liderado por Nísia Trindade, está investigando 1.485. O país tem enfrentado um aumento significativo nos casos da doença desde o começo do ano.

Em 18 de setembro, ao apresentar o plano de ação do governo Lula para combater as arboviroses, a ministra destacou que o coeficiente de incidência é de 3,2 mil casos por 100 mil habitantes. “Esses números representam um aumento de 300% no total de casos em relação ao mesmo período do ano anterior”, afirmou. Naquela época, foram registrados 1.454.688 casos prováveis, com uma incidência de 681,9 casos por 100 mil habitantes.

Os Estados de São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Paraná, Santa Catarina, Goiás e o Distrito Federal concentraram 87,70% dos casos prováveis de dengue.

O Brasil registrou um aumento de 432% nos casos de dengue em comparação com a média dos últimos cinco anos. O relatório mais recente da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), publicado em 7 de outubro, apresenta números diferentes dos fornecidos pelo Ministério da Saúde.

Segundo a Opas, o Brasil contabilizou 9.569.467 casos de dengue entre as semanas epidemiológicas 1 e 36 deste ano. Esse número representa um aumento de 255% em comparação ao mesmo período de 2023 e um crescimento de 432% em relação à média dos últimos cinco anos para o mesmo período no Brasil. A taxa de incidência acumulada até a SE 36 é de 4.471 casos por 100.000 habitantes. Houve registro de 7.343 casos graves (0,08%) e 5.303 mortes, com uma taxa de letalidade de 0,055%.