Marina diverge de Lula: Venezuela ‘não é uma democracia’

Ministra do Meio Ambiente cobrou transparência no país vizinho

A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, afirmou que o regime mantido pelo ditador Nicolás Maduro na Venezuela não é uma democracia. Marina ressaltou que não fala pelo governo Lula, mas que “um regime democrático pressupõe que as eleições são livres, que os sistemas são transparentes e que não haja nenhuma forma de perseguição política”.

“Na minha opinião pessoal, eu não falo pelo governo, (o regime de Maduro) não se configura como uma democracia. Muito pelo contrário. O Brasil está muito correto quando diz que quer ver o resultado eleitoral, os mapas, todas as comprovações de que de fato houve ali uma decisão soberana do povo venezuelano”, afirmou a ministra em entrevista ao jornal Metrópoles.

“Quando se trata de política externa, o governo está correto em buscar as cautelas necessárias. Mas a cobrança foi veemente. O fato de fazer essa cobrança é uma forma de colaborar com o fortalecimento da democracia no nosso continente, e de que a gente não tenha nenhum tipo de atitude que venha extrapolar esse princípio. Eu sempre trato a democracia, os direitos humanos, como um valor. E valores não podem ser relativizados”, completou a ministra.

Nesta terça-feira (30), após o PT emitir uma nota em que classifica o processo eleitoral no país vizinho como uma “jornada pacífica, democrática e soberana”, o ex-presidente do partido e ex-ministro de Lula, Tarso Genro, pediu calma aos partidos de esquerda e disse que é preciso usar a “experiência” para se posicionar sobre as eleições venezuelanas.

O Conselho Nacional Eleitoral (CNE) declarou a vitória de Maduro após as eleições de domingo (28), sem divulgar as atas de votação para referendar ou não o resultado do pleito. O órgão eleitoral é controlado pelo regime chavista.

A eleição foi marcada por denúncias de perseguição a opositores do ditador e cerceamento da imprensa pelo regime chavista. No entanto, para o PT, “os graves problemas da Venezuela” são causados, principalmente, por “sanções ilegais”.