Hamas quebra acordo de trégua e bombardeio em Gaza é retomado

O grupo terrorista Hamas colocou empecilho para libertar reféns israelense como estava acordado entre os conflitantes é o bombardeio volta a assombrar civis

Os combates na Faixa de Gaza foram retomados nesta sexta-feira (01), após o Hamas quebrar cláusulas estabelecidas no acordo do cessar-fogo entre Israel e o grupo terrorista para a libertação de reféns de ambos os lados.

A retomada dos ataques, de acordo com o governo israelense teria sido motivada por uma violação no acordo entre os conflitantes sobre a libertação dos reféns. “Infelizmente o Hamas decidiu encerrar a pausa ao não liberar todas as mulheres sequestradas.Tendo escolhido reter nossas mulheres, o Hamas agora sofrerá o maior de todos os golpes”, informou o porta-voz israelense. 

A trégua começou a vacilar ainda na quinta-feira (31), quando o grupo terrorista Hamas apresentou empecilhos para apresentar uma lista de reféns com ao menos 10 mulheres e crianças, uma das cláusulas estabelecidas no acordo. Após um longo jogo de empurra, Tel Aviv concordou com uma lista de oito reféns, considerando dois russos-israelenses libertados previamente na quarta-feira (29), como parte da soma de 10 nomes. 

Segundo informações do Wall Street Journal, nesta sexta, o Hamas alega dificuldades para achar quatro mulheres que foram sequestradas e que seriam mantidas por outros grupos armados em Gaza. 

Durante o cessar-fogo de uma semana, intermediado pelo Catar com o apoio do Egito e dos EUA, o Hamas libertou 80 reféns em troca de 240 prisioneiros palestinos mantidos em prisões israelenses. Segundo Israel, ainda haveria 159 pessoas mantidas como reféns em Gaza.

Além da “dificuldade” em libertar os reféns, na quinta-feira, houve um aumento de tensão na Cisjordânia ocupada, e controlada pela Autoridade Nacional Palestina, onde um ataque feito pelo Hamas matou quatro israelenses em Jerusalém, porém como o acordo entre Israel e o grupo terrorista se restringia apenas na região de Gaza, o ataque não foi visto como uma violação da trégua. 

 

A volta do pesadelo 

O Exército israelense enviou alertas para os telefones dos moradores de alguns bairros da Cidade de Gaza, no norte do enclave e de cidades que fazem fronteira com Israel, no sul ,ainda nas primeiras horas do dia desta sexta-feira. Na mensagem era pedido que “saíssem imediatamente”, pois seriam realizados “ataques militares pesados”.

As Forças Armadas também publicaram no site em árabe, um “mapa de áreas a serem esvaziadas” para que os habitantes de Gaza pudessem fugir de regiões específicas para a própria segurança. 

A retomada dos combates na Faixa de Gaza após uma trégua de uma semana entre Israel e o Hamas mergulhou o território palestino novamente em um “pesadelo”, disse à AFP o chefe do Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) nesta sexta-feira.

“As pessoas estão no seu limite, os hospitais estão no seu limite e toda a Faixa de Gaza está em um estado muito precário”, afirmou o diretor-geral do CICV, Robert Mardini, à margem da COP28 em Dubai.

 

Ainda disse que também faz com que os habitantes de Gaza voltem “à situação de pesadelo em que se encontravam antes da trégua”, disse ele, lembrando o “sofrimento, medo, ansiedade e condições de vida precárias” da população.

 

observando os enormes desafios enfrentados pelos hospitais e organizações humanitárias “Não há lugar seguro para os civis na Faixa de Gaza” acrescentou Mardini. 

A trégua pausou a guerra que começou em 7 de outubro, após um ataque sem precedentes do Hamas ao território israelense, no qual 1,2 mil pessoas, em sua maioria civis, foram mortas e cerca de 240 foram sequestradas, de acordo com Israel. Ao menos 14 mil pessoas foram mortas na Faixa de Gaza, de acordo com o Hamas.

 

A retomada das hostilidades também ameaça o fluxo de ajuda humanitária para Gaza, onde cerca de 80% da população foram deslocados e enfrentam escassez de alimentos, água e outras necessidades básicas.

 “Com a retomada das hostilidades, é provável que menos ajuda chegue a Gaza”, estimou Mardini. “Além disso, as organizações humanitárias verão uma redução em sua capacidade de fornecer ajuda à população”.