‘Relatório sobre suposto golpe é frágil e quer incriminar Bolsonaro’, avalia senador

Segundo Wellington Fagundes (PL-MT), há falhas graves no processo

O senador Wellington Fagundes (PL-MT) classificou como “frágil” o relatório da Polícia Federal (PF) sobre o suposto plano de golpe de Estado.

O parlamentar também questionou nesta terça-feira (3), a credibilidade das conclusões apresentadas e afirmou que o relatório tem o objetivo de incriminar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

“Em vez de ser uma investigação rigorosa e imparcial, o relatório mais parece um enredo mal estruturado, claramente direcionado a incriminar Bolsonaro. Baseia-se em premissas frágeis, interpretações subjetivas e carece de evidências concretas”, declarou no Plenário da Casa.

O documento, cujo sigilo foi derrubado pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, está sob análise da Procuradoria-Geral da República (PGR) e pode resultar em denúncia contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e outras 36 pessoas indiciadas.

Segundo o senador, há falhas graves no processo, destacando a ausência de provas robustas sobre um suposto planejamento iniciado em 2019.

“Se as provas eram tão contundentes, por que não houve medidas mais incisivas desde o início? O relatório criminaliza opiniões e se apoia em documentos não oficiais, como uma minuta de decreto nunca assinada, para embasar acusações”, questionou Fagundes.

Wellington também defendeu que o debate sobre as urnas eletrônicas é legítimo em uma democracia: “Transformar críticas em crimes de opinião estabelece um precedente perigoso e coloca em risco a liberdade de expressão”.

Fagundes criticou ainda a proibição imposta a Bolsonaro, como militar da reserva, de participar de cerimônias militares públicas.

“É um absurdo privar um cidadão, especialmente um ex-presidente, de seu direito de ir e vir em eventos públicos. Isso é incompatível com um Estado democrático de direito”, alertou.

O parlamentar concluiu o discurso pedindo equilíbrio e responsabilidade nas investigações.

“A busca por justiça não pode se transformar em uma caça às bruxas. O Brasil precisa de um Judiciário imparcial e de uma classe política comprometida com pautas que promovam o desenvolvimento e a transparência”, ponderou.