População em situação de rua cresceu quase 10 vezes em uma década

Em números, a péssima estatística saltou de 21.934 em 2013 para 227.087 até agosto de 2023

A população em situação de rua no Brasil aumentou cerca de 10 vezes entre 2013 à 2023. Um levantamento do Instituo de Pesquisa Ecônomica Aplicada (IPEA) revelou que o número saltou de 21.934 em 2013 para 227.087 até agosto de 2023.

Entre as causas do problema estão a exclusão econômica, que envolve insegurança alimentar, desemprego e déficit habitacional; ruptura de vínculos familiares; e questões de saúde, especialmente de saúde mental.

Problemas familiares ou com companheiros foram apontados como motivo para sair de casa por 47,3% dos moradores de ruas. A questão do desemprego foi citado por 40,5%, enquanto alcoolismo e abuso de outras drogas foram mencionados por 30,4% da população que vive nessa situação. Perda de moradia foi citada por 26,1% dos entrevistados.

A pesquisa apontou ainda que, 68% da população em situação de rua se autodeclara negra. Brancos são 31,3%. Amarelos (0,5%,) e indígenas (0,2%).

Quanto ao período de permanência em situação de rua, o maior percentual é de pessoas que vivem nesse modo até 6 meses: 33,7%. Já 11,7% estão há mais de 10 anos sem moradia.

Outra estatística do levantamento aponta que 60% das pessoas em situação de rua não vivem na cidade em que nasceram.

A idade média das pessoas nas ruas é de 41 anos. Os jovens entre 18 e 29 anos somam 15% do total da população nessa situação, e aqueles com idade entre 50 e 64 anos correspondem a 22%. Crianças e adolescentes somam 2,5%, e idosos, 3,4%.

Estrangeiros:

Do total de pessoas em situação de rua no Brasil, 10.586 são estrangeiros (4,7%). Dentre esses, 42% advêm de países vizinhos, sendo 30% apenas da Venezuela. Os países lusófonos (aqueles que usam a língua portuguesa como língua oficial), por sua vez, são a origem de um terço dos estrangeiros em situação de rua, sendo a grande maioria (32%) provenientes de Angola.

A Ásia responde por 15% da população em situação de rua estrangeira, incluindo 1.396 afegãos; outros países africanos por 6%, incluindo 149 marroquinos; outros países latino-americanos e caribenhos por 4%, incluindo 169 haitianos.