Doyle permanece no cargo por mais alguns dias

"Prometi fazer uma transição para o futuro secretário"

Apesar de ter anunciado ontem (10) sua saída da chefia da Casa Civil, Hélio Doyle continua no cargo nos próximos dias. Em entrevista ao programa Gente Brasília, da rádio BandNews, nesta quinta-feira (11-6), o jornalista explicou que fica no cargo até que o novo secretário assuma de fato. “Tecnicamente ainda estou no governo, a exoneração não foi publicada. Prometi fazer uma transição para o futuro secretário. A Casa Civil é muito complexa, vou arrumar a casa, a papelada”, disse.

Hélio Doyle lamentou ter se tornado “alvo de críticas”, consideradas por ele infundadas, e prometeu continuar apoiando o governador Rodrigo Rollemberg mesmo de fora do GDF. “O apoio será da forma que for solicitado. Acredito no propósito, no objetivo”, afirmou o jornalista. Segundo ele, sua saída foi combinada com o governador. “Havia desgaste meu, era alvo de acusações injustas, sem propósito. Eu nunca disse que concursados seriam demitidos. Isso foi muito explorado. Senti que eu permanecer na Casa Civil não era bom para o governo. O governador me propôs outra função, mas achei melhor sair”.

Doyle desabafou em relação a ação da Câmara Legislativa, que tem criticado o governo. “A Câmara não tem colaborado como poderia para que possamos melhorar a receita de Brasília. Sem isso, não vamos resolver os problemas, pagar dívidas e retomar investimentos. Alguns deputados não querem novidade, querem continuar com as velhas práticas como o “toma-lá-dá-cá. Eles têm direito de participar do governo, indicar pessoas que querem trabalhar, mas não poder ser moeda de troca, ‘aprovo se atender o que eu quero’”, reclamou.

Sobre o rompimento da presidente da CLDF, Celina Leão, com o governo, Doyle considerou “demagógico, para fazer mídia”. “Isso não impediu que continuem conversando. Eles têm se reunido. Não vi nenhum corte em relação a eles”.

Apesar da crise, o jornalista se mostra confiante com o governo. “Continuo entusiasmado com o novo jeito de fazer política”, garantiu. Ao ser questionado sobre a demora do governo em realizar ações, Doyle assumiu que há erros, mas afirmou que “é possível recuperar o tempo perdido”. “Temos que reconhecer que nem tudo ocorre como pensávamos. Não se trata de jogar a culpa no governo passado. Começamos com a situação muito difícil. Há situações que precisam de mudanças radicais. Temos pouco tempo de governo, tem a Lei de Responsabilidade Fiscal, o déficit financeiro”, argumentou.

Hélio Doyle avisou que o governo deve anunciar em breve projetos para a infraestrutura, mobilidade, saúde e educação. “Não há quem dê jeito na saúde do jeito que está estruturada hoje”, disse. Segundo ele, tudo poderia ser feito de uma forma rápida, no entanto, “é melhor gastar mais tempo no projeto para não ficar anos e anos para fazer a obra”. “Estamos aos nove minutos num jogo de 90”, falou.