Decisão errada de Moro ainda obriga Polícia Civil a combater PCC no DF

Ibaneis protestou contra a transferência de Marcola, mas Moro foi irredutível

O nome do ex-ministro da Justiça Sérgio Moro foi muito lembrado em Brasília, nesta sexta-feira (18), com a megaoperação deflagrada pela Polícia Civil do Distrito Federal contra integrantes do “PCC”, considerada a maior organização criminosa do continente sul-americano.

É que Moro era ministro, em março de 2019, quando ordenou a transferência do bandido Marcos Camacho, o Marcola, de São Paulo para o presídio federal de segurança máxima da Papuda.

Na ocasião, o governador do DF, Ibaneis Rocha (MDB), protestou com veemência e insistiu para que Moro revisse sua decisão, mas o então ministro da Justiça se manteve inflexível.

Ibaneis e especialistas em segurança pública temiam que Marcola na Papuda acabaria atraindo para a capital hordas de criminosos obedientes ao líder da facção. Foi exatamente o que aconteceu.

A operação desta sexta foi batizada de “Saturação” com o objetivo de impedir a reestruturação da célula brasiliense do “PCC”, já bastante afetada pela ação da Polícia Civil.

Invasão de criminosos

Bandidos da facção, atraídos pela presença de Marcola, introduziram crimes que nem sequer ocorriam nas cidades locais, como explosão de caixas eletrônicos.

Também cresceram as ocorrências envolvendo assaltos, homicídios e tráfico de drogas.

A Polícia Civil do DF inclusive desbaratou recentemente um esquema montado para tentar “resgatar” o bandido da prisão onde se encontra atualmente, em Rondônia.

Mandados cumpridos

A operação policial desta sexta-feira cumpriu 21 mandados de prisão e mais 24 de busca e apreensão, no âmbito das investigações iniciadas há mais de um ano e meio por policiais civis da Delegacia de Repressão ao Crime Organizado da Polícia Civil do DF.

Os bandidos presos são apontados como os responsáveis por homicídios, roubos, tráfico de drogas e armas e outros crimes cometidos no DF.

Mais de uma centena de policiais civis cumpriram os mandados, inclusive na Papuda e presídios do Novo Gama (GO) e de Uberlândia (MG), além de São Paulo.