GDF assina ordem de serviço para início das obras do viaduto no Eixão Sul

Via Engenharia, ganhadora do pregão, tem dez dias para montar o canteiro e começar as obras

O Governo do Distrito Federal assinou nesta segunda (17) a ordem de serviço que garante o início das obras de reconstrução do viaduto do Eixão Sul, que desabou em fevereiro deste ano. A Via Engenharia, ganhadora da licitação, tem dez dias para montar o canteiro e iniciar as obras.

O contrato prevê que a obra seja entregue em cinco meses, ou seja, em fevereiro do ano que vem. No entanto, o governo acredita que o prazo informado pelo Executivo anteriormente, até o final deste ano, será cumprido.

A obra será dividia em duas partes: a primeira etapa se concentra na fundação dos pilares que desabaram e os que já existem nas faixas que sobraram, depois ocorre a fase de concretagem dos pilares e da pista para pavimentação das faixas do viaduto.

O Departamento de Estradas e Rodagens (DER) afirma que a obra não será prejudicada pela chegada da época de chuvas na capital, que começa em setembro.

A obra vai custar R$ 10,9 milhões, valor 16% menor que a estimativa no contrato de R$ 12,9 milhões. A estimativa inicial do GDF chegou a ser de R$ 15 milhões.

Imbróglio

Em março deste ano, o GDF decidiu demolir as quatro faixas do viaduto que não desabaram, após voltar atrás da decisão de apenas fazer uma restauração com a estrutura que ainda permanecia em pé, sem a necessidade de demolição completa. A primeira decisão ia contra o laudo da Universidade de Brasília (UnB), que recomendava a demolição.

Dois meses depois, a reconstrução do viaduto ganhou um novo obstáculo: o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) barrou o projeto do GDF para reconstruir a estrutura. Segundo o órgão, a proposta feria o tombamento de Brasília ao alterar a arquitetura original.

Em um primeiro momento, o governo argumentou que o projeto apresentado pelos engenheiros do Departamento de Estradas de Rodagem do Distrito Federal (DER-DF) seguia questões de segurança, economia e meio ambiente. Alguns dias depois, um novo projeto foi apresentado pelo GDF e aprovado pelo Iphan.

Enrolada na Justiça

A ganhadora da licitação que teve seis concorrentes, a Via Engenharia, foi alvo da denúncia do Ministério Público Federal no Distrito Federal (MPF/DF) e teve diretores investigados por suposta participação no desvio de recursos na construção do Estádio Nacional Mané Garrincha.

A obra mais cara para a Copa do Mundo de 2014, realizada no país, foi inicialmente orçada em R$ 600 milhões, mas acabou custando aos cofres públicos mais de R$ 1,6 bilhão.