Tarcísio reage à greve no metrô e CPTM, em São Paulo: ‘egoísta, abusiva e ilegal’
Governador lamenta transtornos e avisa que movimento não impedirá que siga estudando privatizações
O governador do Estado de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos) reagiu, na manhã desta terça-feira (3), à greve contra concessões, terceirizações e privatizações propostas pelo governo estadual, que paralisou o Metrô de SP, a Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) e a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp). Em entrevista coletiva, Tarcísio condenou a greve que contraria decisão judicial, e a classificou como um movimento “egoísta, abusivo e ilegal”.
Tarcísio alertou que a greve que colocou a população como “refém dos sindicatos” não vai impedir que seu governo siga realizando estudos pela privatização de serviços públicos. E acusou o movimento grevista de se valer de ideologias e da política partidária, para executar uma estratégia eleitoral de promover o caos, visando a disputa de 2024 pela Prefeitura de São Paulo.
“É lamentável que a população de São Paulo acorde mais uma vez refém de sindicatos que manobram os trabalhadores do transporte público estritamente por interesses políticos e ideológicos. Uma greve ilegal e abusiva, na qual nem mesmo a decisão da Justiça é respeitada e que tem como real objetivo promover o caos e atrapalhar a vida de quem realmente quer trabalhar por nosso Estado”, escreveu Tarcísio, em suas redes sociais, pouco antes da coletiva.
Na entrevista, governador acusou o movimento de abusar do direito de greve, porque este ano já houve dissídio coletivo, reajustes, benefícios. Lembrou que o Tribunal Regional do Trabalho decidiu pela ilegalidade da greve das três categorias e determinou a manutenção dos serviços de transporte em 100% nos horários de pico e 80% nos demais períodos, além de 85% do contingente referente a serviços essenciais da Sabesp. E citou que a Justiça barrou a liberação de catracas, pleiteada pelo movimento, pelo alto risco de tumultos e acidentes graves nas estações.
O chefe do governo de São Paulo ainda lamentou que sindicalistas atuem como se o Estado não tivesse sequer o direito de de avaliar a possibilidade de privatizações, para melhorar os serviços públicos. E lembrou que as consultas públicas cobradas pelo movimento serão realizadas, mas que esta seria a etapa final dos estudos, que ainda busca informações e debate o modelo a ser concebido, em diálogo com 375 prefeitos e todos superintendentes da Sabesp.
“Queremos modelo vitorioso, que beneficie o cidadão, não queremos errar”, concluiu.