Quatro são presos por rifas ilegais e sonegação de impostos em Alagoas
Um suspeito de rifar veículos ilegalmente está foragido e outras duas pessoas devem ser presas na Bahia
A Polícia Civil de Alagoas deflagrou ontem (2) uma operação no município de Arapiraca (AL) e na Bahia para combater a sonegação fiscal e a venda de rifas ilegais de veículos e jogos de azar. Além do bloqueio de R$ 65 milhões de contas de empresas e pessoas físicas suspeitas, quatro pessoas foram presas em Alagoas – sendo três irmãos – e um quinto suspeito encontra-se foragido. Na Bahia, os advogados dos dois alvos dos mandados de prisão estão em contato com a polícia para que eles se apresentem.
O coordenador da Divisão Especial de Investigações e Capturas (Deic) de Alagoas, delegado Felipe Caldas, detalhou nesta quinta-feira (3) que o esquema funcionava há cerca de um ano, sonegando impostos com a promoção de sorteios semanais de rifas ilegais. O item sorteado era sempre um veículo de alto valor. Durante o cumprimento dos mandados, foram apreendidos 23 carros, 1 caminhão, 26 motos, 4 armas de fogo e mais de R$ 122 mil em espécie.
As investigações tiveram início quando a polícia recebeu o informe de que os sorteios estavam beneficiando pessoas conhecidas dos organizadores do esquema ou que as pessoas sorteadas estavam ganhando mais de uma vez. O grupo vendia cerca de 100 mil rifas, ao valor de R$ 10, para o sorteio, por exemplo, de uma pick up, que tem valor venal de R$ 350 mil. Só em um dos sorteios, eles lucravam cerca de R$ 650 mil e não pagavam nenhum tipo de imposto.
Segundo o coordenador da Deic, eram realizados dois sorteios por semana. Como o grupo já atuava há bastante tempo, a polícia não tem estimativa do lucro que tiveram e nem do montante de impostos que deixou de ser pago. Ainda de acordo com Felipe Caldas, a organização criminosa atuava em três braços: a liderança, que ficava com os irmãos; o operador financeiro, que ficava na Bahia e era responsável pelo sorteio e transferência de valores; e os testas de ferro, que sediam os nomes para transferência de veículos, recebendo algum valor para isso.
“Não havia autorização do Ministério da Economia para nenhum sorteio, e as Receitas – estadual e federal – não identificaram nenhum recolhimento de tributos em nenhum dos bens sorteados. Agora, vamos ouvir os presos e continuaremos com as diligências”, afirmou o delegado.
A operação em Alagoas foi deflagrada no feriado, pela Deic de Alagoas, com o apoio do Tático Integrado de Grupos de Repressão Especial (Tigre) e do Pelotão de Operações Especiais (Pelopes). (Com informações da Gazetaweb)