Políticos lamentam morte do cardeal Geraldo Majella

Religioso vivia em internamento domiciliar, em Londrina, e tinha saúde debilitada após sofrer um AVC no fim de 2022

O falecimento do cardeal Dom Geraldo Majella, arcebispo emérito de Salvador, na manhã deste sábado (26), resultou em diversas manifestações de pesar de autoridades, que destacaram a trajetória do líder religioso da Igreja Católica. A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) informou que o cardeal morreu aos 89 anos, em Londrina (PR), onde vivia desde 2014, e estava em internamento domiciliar com saúde debilitada em decorrência de um acidente vascular cerebral (AVC), sofrido em dezembro do ano passado.

O presidente da República em exercício e ministro do Desenvolvimento, Geraldo Alckmin (PSB), demonstrou pesar pela morte de Dom Geraldo, lembrando que o cardeal foi ordenado padre em 1957. “Teve uma virtuosa trajetória no desempenho das diversas funções eclesiásticas para as quais foi designado, além de ter engrandecido as instituições de ensino em que exerceu o magistério, com sua cultura e humanismo. Meus sentimentos e orações a seus familiares e amigos”, escreveu, nas redes sociais.

O governador do Paraná, Ratinho Júnior (PSD), prestou condolências exaltando o papel de Dom Geraldo Majella na criação da Pastoral da Criança, ao lado de Zilda Arns. ao relembrar que o cardeal coordenou a Arquidiocese de Londrina e passou anos atuando em Toledo.

A contribuição do arcebispo emérito de Salvador na construção da pastoral que contribuiu significativamente para a proteção aos direitos da infância no Brasil também foi destacada pelo governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues (PT). “Homem de fé, que exerceu um bonito trabalho à frente da Arquidiocese de Salvador, especialmente em favor dos mais pobres”, escreveu o governador baiano, ao desejar que Deus conforte a família do cardeal e toda a comunidade.

A CNBB também homenageou Dom Geraldo, estendendo seus pêsames ao atual arcebispo de São Salvador, cardeal Sergio da Rocha, aos familiares e aos fiéis. “Sua vida foi marcada por um grande amor à Igreja e uma contínua dedicação às coisas da Igreja, a serviço da fé e ao testemunho da vida cristã. Dom Geraldo mostrou sempre grande zelo pela Liturgia, pela boa formação dos sacerdotes e do povo católico e pela irrestrita fidelidade ao papa e à Igreja”, disse a nota da CNBB.

Não foram divulgadas informações sobre o velório e as exéquias.

Trajetória

Dom Geraldo Majella Agnelo nasceu em 19 de outubro de 1933, em Juiz de Fora (MG). Filho de Sylvia Agnelo e Antônio Agnelo, o cardeal iniciou a vida religiosa aos 12 anos, no Seminário Menor Diocesano Santo Antônio, onde ficou até os 14 anos.

Foi ordenado sacerdote em 29 de junho de 1957, na Catedral de São Paulo. Em 13 de janeiro de 1999, o Papa João Paulo II o nomeou arcebispo metropolitano de São Salvador da Bahia.

Como cardeal no Vaticano, fez parte do Pontifício Conselho para a Pastoral dos Migrantes e Itinerantes e da Pontifícia Comissão para os Bens Culturais da Igreja. E participou dos dois últimos conclaves, do papa Bento XVI, em 2005, e do Papa Francisco, em 2013.

Dom Geraldo  presidiu a CNBB de 2003 a 2007, tendo sido um dos três presidentes da Conferência Geral do Episcopado Latino-americano e do Caribe, realizada em Aparecida (SP), em maio de 2007.

Ele teve seu pedido de renúncia aceito pelo Papa Bento XVI em 2011, quando tornou-se arcebispo emérito da Arquidiocese de Salvador.