Pacheco agora fala em mudar leis, após fugitivo de ‘saidinha’ matar sargento

Presidente do Congresso, senador fala em reagir fortemente à criminalidade, após Zema questionar inércia legislativa

O presidente do Congresso Nacional, senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG), finalmente se posicionou, nesta segunda-feira (8), sobre o fato de o sargento Roger Dias da Cunha, 29, ter levado dois tiros na cabeça, ao perseguir um bandido beneficiado pela “saidinha natalina”, em Belo Horizonte, na noite de sexta-feira (5). Pacheco prometeu reagir fortemente à criminalidade e à violência, mudando leis e suprimindo direitos de condenados por crimes, após a Polícia Militar de Minas Gerais confirmar, nesse domingo (7), a morte do policial baleado pelo preso liberado provisoriamente.

A promessa do senador mineiro também reage à critica do governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), à inércia do Congresso Nacional em não extinguir a legislação que permite a “saidinha” de condenados por crimes.

“Embora o papel da segurança pública seja do Executivo, e o de se fazer justiça, do Judiciário, o Congresso promoverá mudanças nas leis, reformulando e até suprimindo direitos que, a pretexto de ressocializar, estão servindo como meio para a prática de mais e mais crimes”, prometeu Pacheco.

O presidente do Senado prestou condolências a familiares do policial e à PM mineira, ao afirmar que o crime cometido contra o sargento Roger Dias é de gravidade acentuada e gerou a todos grande perplexidade e tristeza. e lembrou de casos como os da policial paulista Milene Bagalho, assassinada por um empresário em bairro nobre de São Paulo, em dezembro; e do delegado da Polícia Federal, Thiago Selling Cunha, que sobreviveu a um tiro na cabeça, ao cumprir mandado de busca e apreensão no Guarujá(SP).

“Policiais estão morrendo ou sendo feridos com gravidade no cumprimento de sua função e isso nos obriga a reagir. Armas estão nas mãos de quem não tem condição de tê-las, e a liberdade para usá-las garantida a quem não devia estar em liberdade. […] Ou reagimos fortemente à criminalidade e à violência, ou o país será derrotado por elas”, defendeu Pacheco.

‘Mudança parada no Congresso, até quando?’

Ao tratar do ataque ao sargento Roger Dias, o governador Zema considerou que o benefício da libertação de presos em períodos natalinos, previsto na  Lei de Execução Penal, resulta em insegurança para todos brasileiros. O autor dos disparos contra o policial em BH foi identificado pela polícia mineira com 18 registros de passagens na Polícia Militar, por crimes como roubo, tráfico, falsidade ideológica, receptação, ameaças e agressão. Ainda assim, foi beneficiado pela “saidinha” no último natal, beneficiado com o argumento legal de tentativa de ressocialização.

“Mesmo com todos os esforços dos médicos, o pai de família não voltou pra casa, mas o criminoso que devia estar atrás das grades, por força da lei, estava nas ruas e causou essa perda irreparável”, criticou o governador, após confirmada a morte de Roger Dias.

O policial militar baleado duas vezes na cabeça, quando abordava dois suspeitos de roubar um carro, ficou internado até ontem, em estado gravíssimo, com quadro irreversível por não haver possibilidade de retirada das balas alojadas em seu cérebro. Um dos disparos rompeu a artéria da perna do sargento, mas a hemorragia foi contida na cirurgia. Dias foi socorrido no Hospital Risoleta Neves, depois transferido para o Hospital João XXIII.