Lula recebe alta, dá entrevista, mas fica em SP até quinta
Presidente foi liberado para voltar a trabalhar, mas tem restrições a exercícios físicos extenuantes
O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), recebeu alta hospitalar neste domingo (15) e apareceu na coletiva de sua equipe médica para agradecer pelos cuidados no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo. Mas o petista permanecerá na capital paulista para acompanhamento médico, ao menos até quinta-feira (20), quando passará por novos exames de imagens, cujos resultados definirão seu retorno ou não para Brasília.
Com chapéu para esconder o curativo na cabeça, além de agradecer aos médicos, à primeira-dama e aos profissionais de saúde que cuidaram de seu problema decorrente da queda no banheiro, Lula agradeceu a Deus e disse querer viver até os 120 anos.
“Agradecimento primeiro a Deus, que tem tomado conta de mim de forma muito generosa. Cuidou de mim quando tive câncer, quando fiquei sobrevoando o México durante cinco horas, em momento muito delicado. Deus foi muito generoso quando cuidou de mim quando caí no banheiro. Surpresa é que achei que estava totalmente curado, achei que podia fazer tudo”, relatou Lula, ao admitir ter se assustado com os sintomas do hematoma, como passos mais lentos, sonolência e dor com “coisa estranha” na cabeça.
Lula afirmou ser disciplinado e prometeu passar os próximos 60 dias se cuidando e respeitando as orientações médicas. “Eu nunca penso que vou morrer, mais eu tenho medo. Então, preciso me cuidar. E a disciplina, sei me cuidar muito bem. Só tive ciência da gravidade do que aconteceu comigo, na terça à noite, depois da cirurgia e da cabeça estar nova, doendo ainda. Mas estou tranquilo, me sinto bem. Vocês sabem que reivindico o direito de viver até os 120 anos”, brincou o presidente, ao afirmar que não vai passar fim de ano na praia, como costuma fazer.
A médica Ana Helena Germoglio informou à imprensa que a evolução de Lula após cirurgia para drenar hematoma na cabeça foi acima do esperado, e que, por isso, o presidente foi liberado para trabalhar. O médico Roberto Kalil Filho ressaltou que a liberação impõe restrições comuns a paciente que fez cirurgia na cabeça, a exemplo da proibição de exercícios físicos extenuantes como eram comuns na rotina de Lula.
Lula passou por tomografia neste domingo, avaliação clínica e exame de sangue, que garantiram um quadro de melhora e estabilidade para a decisão pela alta hospitalar. Os médicos ressaltaram que não se trata de alta médica, já que houve a decisão de manter o presidente próximo, para acompanhamento de sua recuperação, inclusive para a cicatrização dos pontos do procedimento de trepanação.