Lira e JHC mobilizam ajuda nacional após tremores e colapso em Maceió
Mina nº 18 da Braskem ameaça desabar e abrir cratera em bairro da orla da Lagoa Mundaú
Desde a noite de ontem (29), o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP), uniu esforços com o prefeito de Maceió, João Henrique Caldas, o “JHC” (PL), para mobilizar socorro de ministros e autoridades do governo de Lula (PT), em Brasília, para socorrer moradores da capital alagoana e o próprio município, que lidam com tremores de terra nos últimos dias. O quadro de apreensão decorre do risco de ampliação da maior tragédia socioambiental em área urbana do planeta, com a nova situação de emergência causada pelo risco de colapso da mina 18, aberta por escavações profundas da Braskem, para extração de sal-gema no bairro do Mutange.
Coube ao prefeito JHC trazer da capital federal, na noite de ontem, o diretor da Defesa Civil Nacional, Paulo Falcão, que auxiliará na execução do plano de contingência para minimizar danos e preservar vidas. Enquanto Arthur Lira acionou o ministro da Integração e Desenvolvimento Regional, Waldez Góes, pedindo prontidão e alerta da Defesa Civil Nacional para acompanhar o que destacou serem graves consequências geradas com a exploração das minas pela Braskem, em Maceió, ao longo de quase quatro décadas.
“O prefeito JHC me comunicou do ocorrido e das providências urgentes adotadas para evitar acidentes e vítimas. E que segue monitorando a situação em tempo real, com os órgãos competentes. Precisamos todos nós estarmos unidos nesse momento e procurar todos os meios para evitar danos maiores. Maceió e sua população sempre vem em primeiro lugar e estarei sempre ao lado deles. Como deputado federal alagoano e como presidente da Câmara, não medirei esforços para apoiar as demandas de nossa capital e de sua população”, concluiu Lira, sobre o quadro sensível em seu reduto eleitoral.
Escavada em profundidade no bairro do Mutange para extração de sal-gema pela Braskem, a mina 18 ameaça passar pelo processo de dolinamento, com o iminente desabamento da caverna subterrânea que causará a formação de uma dolina, uma cratera aberta entre a margem e o interior da Lagoa Mundaú. O risco é de um desastre ambiental sem precedentes. E o trânsito de pedestre, veículos e embarcações foi interditado na região.
Emergência e tensão
JHC decretou estado de emergência por 180 dias e criou um Gabinete de Crise para acompanhar os abalos sismológicos que sacudiram lares e móveis de moradores que ainda vivem na borda da área de risco que se estende por cinco bairros, Pinheiro, Mutange, Bebedouro, Bom Parto e Farol, do qual cerca de 60 mil pessoas foram evacuadas de suas casas e empresas.
O foco dos sismos são a região já desocupada, próximo ao antigo campo do CSA, mas têm levado apreensão a toda a população do entorno, que reclamam de desinformação por parte das autoridades locais.
Mas o prefeito afirma que Maceió está preparada para este momento. “Precisamos garantir segurança para as pessoas. Infelizmente, as antigas gestões deixaram a Braskem fazer o que queria na nossa cidade. Estive em contato com autoridades durante todo o dia em Brasília, e toda a Prefeitura de Maceió está mobilizada. Estamos observando toda a área afetada, e toda a determinação e os protocolos estão sendo preservados. Nosso papel agora é estar próximo da população”, comprometeu-se JHC.
O diretor da Defesa Civil Nacional, Paulo Falcão, afirmou que o órgão presta total apoio à capital alagoana. “Estamos em contato com a Defesa Civil, e a ideia é junto com todos os órgãos prestar apoio ao município. Estamos atuando no monitoramento, e o Governo Federal se mantém junto com o Município para acompanhar este momento difícil”, afirmou.
Reunido ontem com os órgãos da Defesa Civil e secretarias estaduais, o governador de Alagoas, Paulo Dantas (MDB), mandou instalar um gabinete de crise para discutir as ações para conter o risco iminente do colapso na mina da Braskem. E assinou um pedido de audiência com o presidente Lula para tratar do tema.
Entrei em contato com o Ministro da Integração e Desenvolvimento Regional, Waldez Goes, solicitando prontidão e alerta da Defesa Civil Nacional para acompanhar as graves consequências geradas pela exploração das minas pela Braskem, em Maceió.
O prefeito JHC comunicou-me [+]
— Arthur Lira (@ArthurLira_) November 30, 2023
Devido ao risco de colapso de uma mina no Mutange, decretei estado de emergência por 180 dias em Maceió.
As equipes de todas as secretarias estão unidas e prontas para agir com ações emergenciais.
Estamos em alerta para preservar vidas e garantir a segurança de todos.
— JHC (@jhcdopovo) November 29, 2023