Golpistas queriam ‘Gabinete de Crise’ chefiado por Braga Netto e Heleno
Documento foi revelado após PF prender general acusado de tramar assassinar Lula, Alckmin e Moraes
Uma minuta previa instituir um “Gabinete Institucional de Gestão da Crise” e apontava os nomes dos generais Augusto Heleno e Braga Netto como comandantes deste órgão que seria criado por militares, após um golpe de Estado com assassinatos do presidente Lula (PT), de seu vice Geraldo Alckmin (PSB) e do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, no final do ano de 2022.
O documento citado em decisão do STF do domingo (17) teria sido encontrado nesta terça (19) pela Polícia Federal, durante a prisão do general da reserva do Exército, Mário Fernandes, na Operação Contragolpe. E cita um comandante do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Augusto Heleno, e ex-ministro da Defesa e da Casa Civil, Braga Netto, nomes do governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que poderia ser beneficiado pela ação golpista.
A instituição deste gabinete é citada na decisão do ministro do STF tornada pública hoje. E justifica que tal criação deste órgão seria necessária para “restabelecer a ‘legalidade e estabilidade institucional’.
“A Polícia Federal logrou êxito em identificar uma minuta de instituição de um Gabinete de Crise, que seria criado
no dia 16/12/2022, após o golpe de Estado, composto em sua maioria por militares, sob o comando dos GENERAIS
AUGUSTO HELENO e BRAGA NETTO, contando ainda com a participação do general MARIO FERNANDES e de FILIPE MARTINS”, diz trecho da decisão de Moraes sobre o caso.
A crise que tal gabinete administraria seria decorrente de eventuais homicídios dos integrantes da chapa presidencial eleita e do ministro que presidia a Justiça Eleitoral, no pleito em que o então presidente Jair Bolsonaro foi derrotado, tendo Braga Netto como vice.
Além do general Mário Fernandes, também foram presos hoje os militares chamados “kids pretos” Hélio Ferreira Lima, Rafael Martins de Oliveira e Rodrigo Bezerra de Azevedo e o policial federal Wladimir Matos Soares.
O Diário do Poder tenta contato com os investigados e citados pela PF e pelo STF. E fica à disposição para suas defesas.