Eleita em SP, Rosângela Moro retorna seu domicílio eleitoral para o Paraná

Eleita deputada federal com 217.170 votos, após transferir seu título eleitoral do Paraná para São Paulo, em 2022, Rosângela Moro (União-SP) desfez a mudança de domicílio eleitoral, deixando o eleitorado paulista e voltando seus interesses para os votos dos paranaenses. A mudança é interpretada como uma espécie de prevenção de eventuais danos que podem ocorrer a partir de 1º de abril, quando o ex-juiz da Operação Lava Jato e seu marido, Sérgio Moro (União-PR) pode ter seu mandato de senador cassado pela Justiça Eleitoral.

A parlamentar eleita na maré de popularidade da Lava Jato e da atuação de seu esposo objetiva ser uma opção de voto para as eleições de 2026, quando serão abertas duas vagas ao Senado. A disputa já tem intensa concorrência, com nomes da política tradicional paranaense, como da presidente nacional do PT, deputada federal Gleisi Hoffmann, e o ex-senador Alvaro Dias (Podemos); e ainda a importação da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL), sondada para uma candidatura ao cargo.

Fontes ligadas ao casal Moro minimizam a estratégia eleitoral, alegando que ambos não acreditam na cassação do ex-juiz federal. E ainda apontem “questões logísticas” como motivações da retomada do domicílio eleitoral de Rosângela para o Paraná, onde o senador mantém seu título e proximidade com seu eleitorado, em Curitiba.

O Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR) pode cassar o mandato e direitos políticos de Sérgio Moro, ao julgar duas ações que denunciaram suposto abuso de poder econômico, caixa dois e uso ilegal dos meios de comunicação social na pré-campanha eleitoral de 2022. O senador nega as acusações vindas do partido de seu aliado e ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e da Federação Brasil da Esperança, dos partidos governistas PT, PC do B e PV.