Eleições 2024 têm 66% de homens na disputa e 52% de mulheres votantes

Perfil da maioria que busca cargos é de homem branco, distante das feições da maioria do eleitorado, de mulher parda

Mais de 155,9 milhões de eleitores vão às urnas no dia 6 de outubro para escolher prefeitos e vice-prefeitos de 5.569 cidades brasileiras, além de 58,4 mil vereadores. O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) divulgou um banco de dados que ajuda a esboçar os perfis de quem são os candidatos e eleitores no Brasil. E revelou que as Eleições 2024 têm 66% de homens disputando cargos, enquanto 52% de quem decidirá o pleito são mulheres.

Se um aplicativo de inteligência artificial usasse os dados do TSE para construir a imagem da maioria do eleitorado brasileiro, a figura provavelmente retrataria uma mulher parda, entre 35 e 44 anos. Dos votantes registrados no país, os homens são 48%.

Já o perfil dos candidatos não reflete com exatidão as feições do eleitorado brasileiro. A maior parte dos postulantes se enquadra como homem branco, entre 45 e 49 anos. Enquanto há apenas 34% de mulheres na disputa.

Eleitorado

Entre o público feminino, a faixa etária de 40 a 44 anos concentra 8,3 milhões de eleitoras, seguida do intervalo entre 35 e 39 anos (8,1 milhões). No caso dos homens, o segmento entre 25 e 29 anos têm o maior número de inscritos (7,7 milhões), à frente apenas da faixa etária de 40 a 44 anos (7,6 milhões).

Foto: Fernando Frazão/ABr

Uma curiosidade sobre a idade do eleitorado: neste ano, 724,3 mil adolescentes com 16 anos votam pela primeira vez. No outro extremo, há 213,8 mil eleitores com 100 anos ou mais.

Os pardos são a maioria do eleitorado brasileiro (53,57%), seguidos de brancos (33,34%) e pretos (11,39%). Os indígenas somam 0,98%, e os amarelos, 0,72%.

Questionados pelo TSE, 10,8% dos eleitores optaram por declarar uma identidade de gênero. Dessa fatia, a maior parte (89,17%) se diz cisgênero — quem se apresenta e se identifica com o mesmo gênero do nascimento. Apenas 0,3% se dizem transgêneros, por adotarem uma identidade diferente do gênero com que nasceram. De acordo com o TSE, há 41.537 eleitoras e eleitores com nome social aptos a votar.

Os painéis também revelam o grau de instrução do eleitorado. A maior parte (27,04%) completou o ensino médio. Mas uma fatia importante não chegou a concluir o fundamental (22,48%) ou o médio (17,78%). O percentual de eleitores com superior completo é de 10,75%, seguidos daqueles que apenas leem ou escrevem (6,59%).

O número de votantes com algum tipo de deficiência saltou de 242,8 mil em 2012 para 1,4 milhão em 2024 — um incremento de 497,79%. Os estados de São Paulo (445,4 mil), Minas Gerais (123,4 mil) e Rio de Janeiro (99,5 mil) têm o maior número de pessoas com deficiência no eleitorado. As unidades com menor participação são Roraima (3,4 mil), Acre (4,7 mil) e Amapá (5,2 mil).

Opções de voto

Os brancos representam 46,83% do total, seguidos de pardos (40,3%) e pretos (11,32%). Há um pequeno contingente de indígenas (0,56%) e amarelos (0,39%).

Provocados pelo TSE, 31,68% dos candidatos concordaram em divulgar a orientação sexual. Dessa parcela, 98,25% se dizem heterossexuais. Em seguida, vêm gays (0,73%), lésbicas (0,45%), bissexuais (0,32%), assexuais (0,13%) e pansexuais (0,05%). Um total de 348 candidatos se inscreveu com nome social.

A maior parte dos aspirantes aos cargos de prefeito, vice-prefeito e vereador tem o ensino médio completo (38,98%). Os candidatos com curso superior somam 28,28%, seguidos daqueles com fundamental completo (11,02%) e incompleto (10,44%), ensino médio incompleto (4,56%) e superior incompleto (4,55%). Um grupo de 9.927 candidatos (2,14% do total) dizem saber ler e escrever.

No quesito “ocupação”, há empresários (7,63%), servidores públicos (6,83%), agricultores (6,77%), vereadores (5,76%), comerciantes (4,34%), aposentados (3,77%) e donas de casa (2,69%). Mas a maior parte dos candidatos (21,89%) declara exercer outras atividades, sem especificá-las.

Um dado que chama a atenção diz respeito às pessoas com deficiência. Enquanto o número de eleitores nesse segmento quase quintuplicou desde 2012, as eleições deste ano registram uma redução de 24,45% entre os candidatos. O número caiu de 6.657, em 2020, para 5.029. São postulantes que declaram ter algum tipo de deficiência física (55,04%), visual (25,53%), auditiva (8,69%) ou outra (8,07%). Há ainda 134 pessoas com autismo (2,66%). (Com Agência Senado)