Wajngarten critica ‘absurda tentativa’ de monitoramento político pela PGR

Advogados de ex-presidente expõem preocupação com liberdade de pensamento e opinião, após PGR pedir dados de seus seguidores

Os advogados do ex-presidente da República Jair Bolsonaro (PL) divulgaram comunicado à imprensa, nesta terça-feira (18), em que criticam a o pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR) para ter acesso aos dados de identificação de seguidores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) nas redes sociais. A defesa de Bolsonaro considerou a iniciativa como uma ‘absurda e inaceitável tentativa de monitoramento político”, sem conexão com a investigação do ex-presidente sobre os ataques de 8 de Janeiro.

A nota assinada pelo ex-ministro da Secom, Fábio Wajngarten, e pelos também advogados do ex-presidente Daniel Bettamio Tesser e Paulo Amador da Cunha Bueno, ressalta que Bolsonaro reitera que este jamais incitou, induziu ou teve participação em quaisquer dos atos havidos na Praça dos Três Poderes, em 8 de Janeiro. E lembra que Bolsonaro fez e faz questão de posicionar-se contra os ataques que destruíram as sedes dos Poderes da República.

“Causa, no entanto, espécie e grande preocupação com o exercício da liberdade de pensamento e opinião, que se pretenda requerer aos servidores provedores de redes sociais o envio da lista completa e respectivos dados de identificação de todos os seus seguidores em redes sociais”, diz um trecho da nota.

Após afirmar que o pedido da PGR não tem conexão lógica com o fato em apuração, os advogados destacaram que Bolsonaro já prestou declarações, esclarecendo todas as circunstâncias. “[…] Tratando-se de inaceitável e absurda tentativa de monitoramento político”, concluíram os advogados do ex-presidente.

Além da lista completa com os nomes e dados de identificação de todos os seguidores do ex-presidente, o subprocurador-geral da República, Carlos Frederico Santos, pediu que o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes determine que as big techs Instagram, LinkedIn, TikTok, Facebook, Twitter e YouTube, informem quantidades de comentários, curtidas, visualizações, compartilhamentos e “demais métricas aferíveis” das publicações de Bolsonaro sobre “eleições, urnas eletrônicas, Tribunal Superior Eleitoral, Supremo Tribunal Federal, Forças Armadas e fotos e/ou vídeos com essas temáticas”.