Brasileiros alcançam sul de Gaza e aguardam resgate pelo Egito

Há 14 crianças no grupo de 22 brasileiros que esperam deixar área de conflito entre Israel e terroristas do Hamas

Após a espera angustiante para deixar a área de conflito entre forças de Israel e terroristas do Hamas, 16 brasileiros chegaram neste sábado (14), de ônibus, à cidade de Khan Younes, no sul da Faixa de Gaza, após permanecerem abrigados em uma escola católica na região da Cidade de Gaza, aguardando uma via segura para a operação de repatriação para o Brasil. São 22 brasileiros à espera da evacuação, sendo 14 crianças, oito mulheres e seis homens adultos.

O grupo aguarda a passagem para o Egito, por Rafah, em um prédio de uma família palestina brasileira, vencendo uma etapa da travessia realizada hoje, em caráter emergencial, por decisão do Itamaraty, em razão do agravamento da guerra. Operação que tinha sido suspensa por causa da insegurança do transporte.

O exército de Israel intensificou ataques ao norte de Gaza, após o fim do prazo de sua ordem de evacuação da região. Decisão criticada pela Organiação das Nações Unidas, porque mais de um milhão de pessoas moram na região.

O embaixador do Brasil na Palestina, Alessandro Candeas, não prevê data para a travessia para efetivar a repatriação através do Egito. Mas está previstos que os 22 brasileiros que chegarem a Rafah seguirão para um aeroporto onde embarcarão em voo da Força Aérea Brasileira (FAB).

“O plano, hoje de manhã, era ir para Rafah, para a fronteira, e de lá cruzar a fronteira para o Egito. Estava tudo pronto pra isso, mas meia-hora antes do [início do] deslocamento, que deveria se iniciar às 12 horas (hora local), às onze e trinta recebemos a informação de que tudo isso havia sido cancelado. Ou seja, a fronteira foi cancelada”, disse o embaixador brasileiro.

Candeas narra que Israel recuou da ideia de um comboio internacional com diversos ônibus levando brasileiros e outros funcionários internacionais, ao fechar novamente a fronteira. Fato que levou aflição aos brasileiros que aguardavam na escola em Gaza. O embaixador ressalta que a situação é cada vez mais tensa em Gaza, citando informações de que um prédio vizinho à escola que abrigava brasileiros seria bombardeado.

“Ou seja, reunidas todas as condições adversas, a decisão e, evidentemente, consultei o grupo; consultei e pedi instruções a Brasília, ao Itamaraty, e a decisão foi retirar o nosso pessoal da escola e como havíamos pensado ontem, colocá-los nessa cidade, que se chama Khan Younes, e que fica a pouco mais de dez quilômetros da fronteira e onde eles aguardarão que a fronteira seja reaberta. É muito mais seguro esperar em Khan Younis do que em Gaza”, detalhou Candeas. (Com informações da Agência Brasil)