Controlador-geral destaca importância da união da sociedade com o governo do DF para mudar a saúde

Governo do Distrito Federal lança projeto piloto "De olho na Saúde" no Hospital Regional do Paranoá

Para o controlador-geral do Distrito Federal, Aldemario Araújo Castro, a união entre a sociedade civil e o Governo do Distrito Federal (GDF) é o caminho para a melhoria na saúde pública. “ O funcionamento do sistema de saúde do Distrito Federal é uma responsabilidade de todos nós, todos nós precisamos dar uma parcela de colaboração. Se nós não nos unirmos, se cada um não der sua parcela de colaboração, cada um não fizer o esforço que pode ser feito, com certeza a situação continuará do jeito que está ou vai piorar. Então a responsabilidade é de todos nós. Se existe alguém com energia e disposição para tentar inverter essas lógicas que eu falei é o governador Ibaneis Rocha”.

A fala ocorreu nesta terça-feira (9), durante o lançamento do programa “De olho na Saúde”, que tem a primeira-dama do DF, Mayara Noronha como embaixadora. Inicialmente o projeto será desenvolvido no Hospital Regional do Leste (HRL), localizado na cidade satélite do Paranoá. No local são atendidas por mês cerca de duas mil pessoas, não só moradores do Paranoá, como do Itapoã e de São Sebastião.

 Castro destaca que a saúde pública passa por diversos problemas e observou que, coincidentemente, hoje foi realizada uma operação policial para prender ex-gestores, o que é uma demonstração muito clara das delicadezas e dificuldades enfrentadas. “Temos os problemas e desafios mais diversos. Na CGDF já me espantei com uma série de fenômenos constatados, como empresas titularizadas com servidores da área de saúde fazendo venda de bens e serviços à Secretaria de Saúde. Temos nos últimos anos uma quantidade absurda de pagamentos sem cobertura contratual e o atendimento nas unidades de saúde é extremante complicado”, detalhou.

Para mudar essa realidade, o controlador-geral acredita que esse é um projeto fundamental. “Se os problemas são complexos, eu acho que esse é um projeto muito importante nesse sentido, esse desafio é monumental e precisa ser enfrentado pelo governo e pela sociedade. Com certeza o governo sozinho, a Secretaria de Saúde, os administradores regionais ou do hospital não vão resolver os problemas do dia pra noite ou em curto espaço de tempo. Eu me lembro de dois ou três grandes dados que mostram o tamanho desse desafio – nós temos, genericamente, uma saúde do DF com volume de recursos superior ao município de São Paulo, com 1/3 da população e condições bem piores. Então, é um desafio muito grande”, disse.

Mayara Noronha afirmou que o projeto vai ao encontro da ideia de gestão do governo. “Lançamos na semana retrasada o Mulheres para o DF, que tem essa mesma ideia, colocar as mulheres para trabalhar em conjunto pela sociedade do Distrito Federal. Essa gestão agora tem essa identidade de colocar a comunidade para participar”.

Para a primeira-dama é necessário diminuir a burocracia. “É preciso colocar as coisas para andar e a população precisa saber como isso ocorre na prática. Estou muito esperançosa de que esses quatro anos servirão sim pra fazer toda a diferença. Eu sei que precisamos colocar os pés no chão, porque as coisas não vão acontecer num estalar de dedos, mas com muita dedicação as coisas vão melhorar”.

Projeto Piloto 

O projeto será feito da seguinte maneira: um grupo será formado por um representante de cada Conselho de Saúde e das Regiões Administrativas das cidades do Paranoá, São Sebastião e Itapuã, voluntários, servidores do HRL e da Secretaria de Saúde. Durante o lançamento, os administradores regionais e os presidentes dos conselhos já receberam o colete do programa.

O próximo passo é fazer a capacitação desse grupo pela Controladoria-Geral do DF, para que possam fazer a auditoria cívica. “A auditoria cívica vai virar um relatório, mas não um relatório apenas para apontar os problemas, mas também as soluções, e identificar as boas práticas que existem e merecem ser replicadas para todas as unidades de saúde do DF. Esse relatório vai sintetizar o que a sociedade junto com o governo identificou”, explicou o subcontrolador de Transparência e Combate à Corrupção, Paulo Wanderson Moreira Martins.

Depois disso, disse ele, haverá o Projeto de Intervenção. “Desse diagnóstico que a própria sociedade fez será levantado o que ela pode fazer pelo hospital. Uma mudança de foco, do que ela pode fazer, ciente de que o patrimônio é de todos nós. É isso que essa equipe vai identificar nessa fase de intervenção”, observou.