Candidaturas com identidade religiosa despencam em 2024

Candidatos a prefeito e vereador com nomes explicitamente vinculados a grupo religioso diminuíram pela primeira vez em 24 anos

O número de candidatos a vereador e prefeito que usam de forma explícita uma identidade religiosa em seus nomes de campanha caiu 21,6% desde as eleições 2020.

Levantamento do Instituto de Pesquisa e Reputação de Imagem (IPRI) divulgado nesta quarta-feira (21) pela Agência Brasil apontam que nas últimas eleições essas candidaturas atingiram o maior nível da História, com 9,196 “candidatos religiosos”. Este ano, o número caiu para 7.206 (-21,6%).

No ano 2000, o número de candidaturas com identidade religiosa foi de 2.215 e não parou de crescer até este ano.

Gráfico mostra o número total de candidaturas acima e aquelas com ‘identificação religiosa’ abaixo. (Fonte: Agência Brasil)

A pesquisa analisou nomes de todos os candidatos dos últimos 24 anos e aplicou “filtros” de religiões evangélicas, católicas e de matriz africana para identificar os vínculos diretos com as candidaturas. Entraram na lista as palavras: pai, mãe, pastor, pastora, missionário, missionária, bispo, bispa, apóstolo, apóstola, reverendo, irmão, irmã, padre, babalorixá, ialorixá, ministro, ministra, ogum, exú, iansã, iemanjá, obaluaê, oxalá, omulu, oxóssi, oxum, oxumaré e xangô.

Em 2024, candidaturas vinculadas a grupos evangélicos são a maioria, assim como candidatos que usam o nome “pastor” (2,2 mil).

Nomes mais comuns usados pelas ‘candidaturas religiosas’. (Fonte: Agência Brasil)

O número total de candidatos caiu de quase 558 mil em 2020 para quase 465 mil, queda de 18,5%, a maior registrada desde o ano 2000 e proporcionalmente menor que a queda no número de candidaturas com características religiosas.