Chefe de Unidade do ICMBio é preso por corrupção em Minas
Fatos foram noticiados por empresários que receberam pedido de pagamento de propina, em Passa Quatro (MG)
A Polícia Federal, em operação conjunta com o Ministério Público Federal, prendeu preventivamente, na manhã desta terça-feira (2), o chefe de Unidade de Conservação Federal do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) em Passa Quatro (MG). A ação visa coibir a prática de tráfico de influência e corrupção passiva atribuída por empresários ao servidor público federal.
Além do mandado de prisão preventiva expedido pela 2ª Vara Federal da Subseção Judiciária de Pouso Alegre (MG), houve buscas e apreensões em endereços vinculados ao investigado, que resultaram na apreensão de três veículos. E a Justiça Federal também decretou o afastamento dos sigilos bancário e fiscal do investigado e de pessoa a ele vinculada, cuja conta foi utilizada para o recebimento da propina.
A partir de informações prestadas por empresários, responsáveis por empreendimentos na cidade de Passa Quatro, investigação identificou que, desde o início deste ano de 2022, o chefe de Unidade de Conservação Federal teria informado a estes mesmos empresários que havia representações de irregularidades ambientais na construção de loteamentos.
Assim, segundo a PF, ele solicitava e recebia vantagens com a promessa de resolver as irregularidades e não dar andamento a novas “denúncias”. O servidor ainda afirmava que precisava realizar vistorias no empreendimento para reportar ao órgão competente e citava um suposto inquérito que estaria tramitando na unidade do MPF em Pouso Alegre.
A investigação relata ainda que, em alguns dos diversos contatos mantidos pelo investigado com os empresários, ele solicitou o pagamento de propina para influir na decisão do procurador da República, que, supostamente, conduzia a investigação. Na realidade não havia nenhuma investigação sobre esses fatos no MPF.
O envolvido respondera pelos crimes de corrupção passiva e tráfico de influência, com pena de prisão de 4 a 17 anos. (Comunicação Social da Delegacia da PF em Varginha)