Carro de servidoras da Fiocruz é atingido durante ação policial no Rio

Operação no conjunto de favelas da Maré resultou na morte de duas pessoas

Duas servidoras da Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio, uma das unidades da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), tiveram o carro atingido por balas quando estavam a caminho do trabalho na segunda-feira (25).

O veículo em que estavam saía da Linha Vermelha no sentido Avenida Brasil e, quando passou perto das comunidades Vila do João e Timbau recebeu dois tiros – uma das balas perfurou o pneu e a outra, a lanterna traseira. A bala chegou até o painel dianteiro do carro, mas as mulheres não foram atingidas.

Nesta terça-feira (26), a escola politécnica divulgou nota com crítica à política de segurança pública no estado do Rio em função da operação realizada no conjunto de favelas da Maré, que teria resultado no tiroteio que atingiu o carro em que estavam as servidoras da Fiocruz. A nota diz que o episódio é mais um de outros vividos por trabalhadores e estudantes e manifesta solidariedade aos que sofrem com a violência nas comunidades do entorno da Fiocruz.

Na ação policial morreram duas pessoas que, segundo a polícia, foram baleadas em confronto com as forças de segurança. Cinco unidades de saúde da Maré tiveram que interromper suas atividades, informou a Secretaria Municipal de Saúde.

As secretarias municipal e estadual da Educação não informaram sobre a situação das escolas da região. Segundo a organização Redes da Maré, que atua na comunidade, a operação não governamental (ONG) afetou 44 escolas da região, e cerca de 15 mil alunos ficaram sem aulas. A ONG destacou que a operação foi a terceira em menos de duas semanas.

De acordo com a Polícia Militar, o objetivo da operação era reprimir o crime organizado no Complexo de Comunidades da Maré. A polícia informou que ocorreram confrontos nas comunidades Vila do João e Baixa do Sapateiro e que três homens com mandados de prisão em aberto foram detidos. Na operação, foram apreendidas três armas de fogo, além de equipamentos usados pelo tráfico, munições e drogas.

Questionada sobre a ocorrência envolvendo as servidoras da Fiocruz, a polícia não se pronunciou. O governo do estado também não se posicionou até o fechamento desta reportagem. (ABr)