'anomalias' do Plano Urbanísticos chegam ao Ministério Público

Procuradora Eunice Carvalhido vai analisar denúncias do projeto do governo

As discussões em torno do Plano de Preservação do Complexo Urbanístico de Brasília (PPCUB) chegaram até o Ministério Púbico do Distrito Federal e Territórios. Na noite de ontem (23), a deputada distrital Liliane Roriz (PRTB) levou à procuradora-geral Eunice Carvalhido as ‘anomalias’ que desfiguram o plano original de Brasília. Defensora do urbanismo e arquitetura de Brasília, Vera Ramos entregou a Carvalhido seu estudo de impacto que as modificações vão trazer ao brasiliense.

Liliane Roriz criticou a criação de centenas de lotes espalhados pela área tombada. ?Algumas das alterações absurdas são as que autorizam hotelaria em toda a orla do Lago Paranoá pelo Setor de Clubes Norte e Sul e ainda a que prevê nova área de construção no meio do Eixo Monumental, entre a Nossa Senhora da Paz e a Rodoferroviária?, enumerou.

Para a urbanista Vera Ramos, há outras discrepâncias no projeto, como a permissão de fracionar lotes grandes situados por toda a área tombada. ?Estão alterando nossa cidade baseando-se em realidades como a de São Paulo, que não possui a característica planejada e, principalmente, de cidade-verde como temos em Brasília?, destacou.

A proposta foi encaminhada à Procuradoria Distrital dos Direitos do Cidadão. A procuradora-geral de Justiça adiantou que o Ministério Público do DF tem acompanhado de perto o trâmite do processo e não descartou solicitar encontro com representantes do Executivo e do Legislativo para adequar alguns pontos do projeto à realidade de Brasília e, assim, evitar uma possível Ação Direta de Inconstitucionalidade contra a futura lei. ?O Ministério Público não impedirá o legislativo de legislar, mas ficaremos de olho nas ilegalidades que por ventura sejam aprovadas?, avisou.