Lava Jato

Vice de Cunha, que votou contra o impeachment, também é investigado

Deputado já se reúne com assessores para avaliar próximos passos

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Com o afastamento do deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), nesta quinta-feira, 5, o deputado Waldir Maranhão (PP-MA) assume a presidência da Câmara dos Deputados.

No entanto, os constrangimentos de ter um presidente da Câmara dos Deputados investigado vão continuar com Waldir Maranhão. Assim como Cunha, Maranhão é investigado pela Lava Jato.

Maranhão é considerado aliado de Cunha, que o colocou em sua chapa como primeiro vice-presidente, mas na votação do impeachment, dia 17, ele votou favoravelmente à presidente Dilma Rousseff.

O presidente interino da Câmara já se reúne com assessores em sua residência, em Brasília, para avaliar como direcionará os trabalhos da Casa. Segundo a assessoria de imprensa de Maranhão, ele deve convocar reunião com líderes partidários ainda nesta quinta-feira para tratar sobre a agenda da Casa.

Conselho de Ética
Como aliado de Cunha, Maranhão decidiu limitar a investigação no Conselho de Ética sobre o então presidente da Casa. Com isso, o peemedebista não poderá ser investigado sobre as acusações de que teria recebido propina, conforme relato de delatores da operação Lava Jato.

Na decisão, tomada em abril, Maranhão determinou que o foco da apuração no colegiado fique somente sobre a suspeita de que Cunha teria contas bancárias secretas no exterior e de que teria mentido sobre a existência delas em depoimento à CPI da Petrobras, em março de 2015. Cunha sempre negou ser o titular dessas contas e diz ser apenas o beneficiário de fundos geridos por trustes.

Lava Jato
De acordo com as investigações, o doleiro Alberto Yousseff, condenado por lavagem de dinheiro e investigado por outros crimes na Lava Jato, afirmou que Waldir Maranhão foi um dos políticos do PP que receberam dinheiro por meio de uma empresa usada pelo doleiro para distribuir propina oriunda de contratos da Petrobrás. O presidente interino da Câmara, contudo, ainda não se tornou réu, como Cunha.

Além da investigação da Lava Jato, Maranhão também é alvo de outros dois inquéritos que tramitam no STF, nos quais é acusado de crimes como lavagem de dinheiro ou ocultação de bens, direitos ou valores. O deputado do PP também traz no currículo outros questionamentos na Justiça Eleitoral. Ele teve suas contas de campanha de 2010 para deputado rejeitadas pelo Tribunal Regional Eleitoral do Maranhão (TRE-MA). 

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