Lava Jato

Troca de e-mails prova que Queiroz Galvão pagou propina

São citados ex-ministro de Dilma, deputados do PP e Raupp (PMDB)

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Uma das provas mais robustas obtidas na Operação Lava Jato mostra que a empreiteira Queiroz Galvão pagou na campanha de 2010 propinas de R$ 7,5 milhões, na forma de doações eleitorais, , em troca de contratos na Petrobrás. O conjunto de provas é uma troca de e-mails entre o doleiro Alberto Youssef e um dirigente da empreiteira, Othon Zanoide de Moraes Filho, que chegou a ser preso por cinco dias, após a sétima fase da Operação Lava Jato, deflagrada em 14 de novembro.

Youassef afirmou, em depoimento sob delação premiada, que as propinas foram pagas a candidatos do PP, entre eles Mário Negromonte (PP-BA), ex-ministro de Cidades do governo Dilma, e o senador Valdir Raup (RO), presidenter nacional em exercício do PMDB.

O depoimento de Youssef foi feito à Justiça em 11 de fevereiro passado. “Todos os valores repassados são provenientes de vantagens indevidas decorrentes do esquema existente na Petrobrás”, afirmou o doleiro à força-tarefa da Operação Lava Jato.

Em um e-mail, Moares Filho, o dirigente da empreiteira Queiroz Galvão pediu ajuda ao doleiro:

“PRIMO (apelido de Youssef) A seguir a relação de recibos faltantes, desde já agradeço a ajuda”.  Segue, então, de forma numerada oito registros de valores que totalizam R$ 4 milhões.

“O e-mail se refere apenas à parcela das doações em que faltavam os recibos, mas o total das doações oficiais foi de aproximadamente R$ 7,5 milhões de reais, todos provenientes da Queiroz Galvão”, afirmou Youssef.

No e-mail, o executivo da Queiroz Galvão cobra os recibos dos valores pagos a quatro políticos nominados na mensagem: Aline Corrêa, “250.000,00”; Roberto Teixeira, “250.000,00; Nelson Meurer “500.000,00”; e  Roberto Brito “100.000,00”.

Há ainda o registro de R$ 100 mil em nome de “PP de Pernambuco”, R$ 500 mil para o “PP da Bahia”, outros R$ 300 mil para “PMDB de Rondônia” e o de maior valor “R$ 2,04 milhões destinado ao “Diretório Nacional P. Progressista”.

A lista interceptada pela Lava Jato, em março de 2014, quando Youssef seria preso em São Luís (MA), é o registro “dos recibos faltantes”, explicou o doleiro. “Ou seja, das pessoas que tinham recebido os valores da Queiroz Galvão, como doação ‘oficial’, mas que ainda não haviam enviado seus recibos para a construtora”. (Com informações da AE)

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