Testemunha de Lula, Sarkozy é conduzido sob vara para depor na França
Ex-presidente francês é acusado de receber dinheiro de Kadhafi
Conduzido “sob custódia” (o equivalente à condução coercitiva brasileira), o ex-presidente da França Nicolas Sarkozy presta depoimento nesta terça-feira (20), em Nanterre, nos arredores de Paris, na ação que investiga possível financiamento ilegal da sua campanha de 2007, da qual saiu vencedor. Ele tem negado as acusações.
Arrolado como testemunha do ex-presidente Lula no Brasil, Sarkozy é suspeito de ter recebido financiamento milionário da Líbia, na época do ditador Muammar Kadhafi, para sua campanha.
A Polícia Judicial de Nanterre informou que o seu comparecimento poderia “se prolongar” por 48 horas, antes de ser apresentado a um juiz para a sua eventual acusação. Brice Hortefeux, ex- ministro do Interior próximo ao acusado, também foi convocado a depor e também é ouvido pela polícia.
As acusações surgiram em 2012 após a publicação de um documento líbio pelo site Mediapart , que indicava um financiamento da parte da Líbia da campanha de Sarkozy. O jornal "Le Parisien" afirma que os juízes investigam também um depósito de 500 mil euros recebido pelo ex-secretário-geral do Palácio de Eliseu Claude Guéant, em março de 2008. Guéant afirma que o montante, depositado por uma empresa de um advogado malaio, foi o pagamento pela venda de dois quadros.