Tarjas pretas em relatório da PF retardam envio da Lava Jato ao STF
Prática é corriqueira na PF, para não prejudicar investigações
O relatório da Polícia Federal sobre as anotações do empresário Marcelo Odebrecht cobre nomes de políticos com tarjas pretas para evitar que a referência explícita a detentores de mandato eletivos, por possuírem foro privilegiado, tentem retirar as investigações da Lava Jato da Vara Criminal Federal de Curitiba, de primeira instância, para levá-las ao Supremo Tribunal Federal.
A PF sustenta tambem que cobriu os nomes para preservar as investigações. De qualquer maneira, trata-se de medida protelatória, porque maiscedoou mais tarde as investigações seguirão para o STF, em razão do evolvimento de aurotidades no roubo à Petrobras.
Com várias siglas e referências a obras e aos políticos, o relatório consta das investigações da 14ª fase da Lava Jato que correm na 1.ª instância na Justiça Federal no Paraná.
Essa prática utilizada pela Polícia Federal é corriqueira quando a investigação depara com nomes e dados pessoais (como telefones) de parlamentares que só podem ser julgados perante o Supremo Tribunal Federal. A partir do relatório, os investigadores transcrevem mensagens que citam várias siglas e levantam dados de contatos e agenda no aparelho do executivo que de acordo com os próprios investigadores e conforme divulgado pela reportagem, indicam nomes de políticos.
Em alguns casos, há registros de reuniões do empreiteiro com o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), em outubro de 2014. O governador admitiu ter se encontrado com Odebrecht. Também há registro de reunião com o vice-presidente Michel Temer. No caso de Alckmin e Temer, os nomes não foram preservados porque, segundo a PF, apareciam citados na agenda em reuniões oficiais com o empreiteiro.