Moody's acalma os ânimos

Situação no Brasil 'não é tão ruim quanto na Croácia'

Leos diz que revisão de risco não está nos planos da agência

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O analista sênior de ratings soberanos da agência de classificação de risco Moody's, Mauro Leos, afirmou que o Brasil ainda não está tão mal como outros países que perderam o grau de investimento nos últimos tempos pela agência. "Se e quando nós mudarmos nossa visão, não será pelo que outros acham, mas se a evolução se diferenciar do que esperamos", disse durante mesa redonda em Nova York para discutir perspectivas para o Brasil nesta terça-feira, 22. 

Leos também afirmou que não está nos planos da agência uma revisão da classificação de risco do País: "Eu diria que não faremos nada este ano e, no mais cedo, minha ideia é que uma revisão seria no segundo semestre de 2016", disse.  

O analista afirmou que prevê recessão no Brasil neste e no próximo ano, como também contas fiscais fracas nos dois períodos. No evento realizado na Americas Society/Council of the Americas, Leos disse também que há elementos no país que ainda suportam o grau de investimento.

"Ainda que o Brasil esteja passando por tempos difíceis e que haja claras fraquezas no país, não é tão ruim quanto na Croácia", afirmou, destacando que após 2016, o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil pode voltar a crescer na casa dos 2% e o superávit primário ficar em 2%. Leos frisou que a expectativa da Moody's pode não se verificar, mas é preciso esperar para ver.

Durante a mesa redonda, Leos ressaltou que a dívida bruta do Brasil em relação ao PIB vai sair da casa dos 55% para 70%, mas lembrou que outros emergentes com a mesma classificação que a economia brasileira, como a Índia, têm o indicador neste patamar.

No caso da economia indicada, ele citou que o índice está na casa dos 65%, nas Bahamas em 68% e na Croácia saiu de 35% para quase 100% nos últimos oito anos. Além da piora da dívida, nos últimos 5 anos, a Croácia teve crescimento negativo nos últimos anos e a média de expansão no país europeu nos últimos 10 anos foi de 1%. Na Hungria, o país tem alta exposição a moeda estrangeira, enquanto o Brasil tem, entre outros indicadores, reservas internacionais elevadas. (AE)

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