Câmara pode convocar ministro e fraudador do Wikipedia

O líder do DEM na Câmara, deputado Mendonça Filho (PE), decidiu apresentar na próxima semana requerimento de convocação do ministro Aloizio Mercadante (Casa Civil) para prestar esclarecimentos sobre a alteração de perfis de jornalistas na internet por parte de Luiz Alberto Marques Vieira Filho, ex-funcionário do Palácio do Planalto. Com a confirmação do próprio governo, ele acrescentou informações mentirosas e inseriu ataques a jornalistas em seus perfis na Wikipédia, enciclopédia eletrônica, utilizando a rede de computadores da Presidência da República.

O governo publicou hoje (12) no Diário Oficial da União a exoneração, a pedido, de Luiz Alberto do cargo de chefe da Assessoria Parlamentar do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão. Na época da fraude, Vieira Filho era assessor da ministra Ideli Salvatti na Secretaria de Relações Institucionais, que funciona no quarto andar do palácio presidencial.

Servidor de carreira do Tesouro Nacional, ele permanecerá no serviço público. A exoneração publicada hoje só o afasta do cargo comssionado. De acordo com a Casa Civil, ele será alvo de um processo administrativo disciplinar, que poderá, eventualmente, levar à sua demissão do serviço público.

A convocação de Mercadante será protocolada nas comissões de Constituição e Justiça e de Fiscalização Financeira e Controle.  O líder do DEM também convidará o próprio servidor a explicar seus atos à Câmara, bem solicitará do ministro cópia dos autos da Sindicância realizada para apurar o caso.

?Mesmo que o servidor esteja sendo investigado pela sindicância da Casa Civil há questões importantes que precisam ser esclarecidas, como: ele agiu por conta própria? Atendeu a ordens superiores ou mesmo partidárias? É dever do Congresso buscar essas respostas e como responsável pela investigação no governo, o ministro Mercadante deve prestar esses esclarecimentos em comissões da Casa?, afirmou Mendonça Filho.  Conforme matérias veiculadas na noite de ontem, o Luiz Alberto Marques Vieira Filho praticou esses atos quando era funcionário da Secretaria de Relações Institucionais (SRI), órgão vinculado à Presidência. As reportagens ainda revelaram que o funcionário público é filiado ao PT de São Paulo.

?Nunca é demais lembrar que atos como os praticados pelo Sr. Luiz Alberto atentam contra a democracia. Ao invés de argumentar contra as críticas formuladas por jornalistas renomados, o funcionário público preferiu desconstruir a imagem dos profissionais, acrescentado aos seus perfis públicos informações difamatórias. É com tristeza que observamos que práticas como essa se repetem nos governos do PT, demonstrando intolerância e pouco apreço à liberdade de expressão, direito garantido em nossa Constituição?, pontuou o líder do Democratas.