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Senado finge cortar gastos, e recontrata com salários maiores

Após anunciar "corte de gastos", Senado agora recontrata pagando mais

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Afinado no discurso de cortar gastos, o Senado resolveu demitir 512 terceirizados com carga horária de oito horas para enxugar os custos  na Casa. A informação propagou-se aos quatro cantos. Sem o mesmo alarde, no entanto, o Senado começou agora o processo de recontratação dos mesmos funcionários exonerados. E a generosidade está ainda maior.

Ao abrir um termo aditivo para realocar 65 funcionários na Casa, o presidente Renan Calheiros permitiu que os salários fossem aumentados e a carga horária, reduzida. Assim, os  mesmos profissionais voltam às atividades — o retorno começou no dia 18 de outubro — com salários maiores e jornada de trabalho bem menores. Esse assunto é tema da coluna de Claudio Humberto desta segunda-feira.

Neste  primeiro aditivo, que recontrata 65 profissionais, o Senado Federal gastará R$ 3 milhões ao ano. Porém, no antigo contrato, os mesmos profissionais custavam aos cofres públicos 33% a menos: R$ 2 milhões. Ou seja, o crescimento com os gastos atinge 50%.

Pela nova tabela dos 65 comissionados, 43 servidores que recebiam R$ 3.541,61 passaram a ganhar remuneração de R$ 3.669,61. A promoção é ainda maior quando analisado os outros 21 recontratados. Eles receberão R$ 5.181,34, exatos R$ 503,02 a mais dos R$ 4.678,32 antes pagos pelo mesmo serviço.

Desta forma, os profissionais que ganharam reajustes também passam a cumprir escala menor, de seis horas por dia, num cálculo de apenas 120 horas mensais. Até mesmo o copeiro, qual a Planalto terá R$ 3.669,01 para pagá-lo, deverá cumprir a carga horária reduzida, de seis horas.

Questionado desde quinta-feira (23) pela reportagem, o Senado não conseguiu explicar as razões das novas contratações acima dos valores até o fechamento da edição.

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