Escalada autoritária

Senado aprova moção de repúdio ao veto da Venezuela a Jobim

Não interessa à Venezuela independência de Jobim como observador da eleição

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Mais de 30 senadores assinaram uma moção de repúdio ao governo da Venezuela, proposta pelos senadores Aloysio Nunes e José Serra, ambos do PMDB-SP, em razão do veto à indicação do ex-ministro da Defesa e ex-presidente do Supremo Tribunal Federal Nelson Jobim para chefiar a missão de observadores das eleições parlamentares naquele país previstas para 6 de dezembro. Por causa disso, o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Dias Toffoli, decidiu que o Brasil não indicará observador para essa eleição, por não confiar na independência da missão designada pela União das Nações Sul-Americanas (Unasul). A moção de repúdio foi aprovada na sessão deliberativa desta quarta (21).

A decisão de Toffoli foi antecipada com exclusividade no Diário do Poder na sexta-feira (16) e confirmada em nota oficial divulgada nesta segunda-feira pelo TSE.

Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional, Aloysio Nunes, afirmou que o veto a Nelson Jobim representa mais um passo da escalada autoritária promovida pelo Executivo daquele país, além de um insulto a uma das grandes figuras da política brasileira.

O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), também se posicionou, apresentando "cumprimentos e solidariedade" ao ex-ministro Nelson Jobim, e repudiou os "obstáculos" da Venezuela à "participação de um dos grandes brasileiros no acompanhamento das eleições". Calheiros também cumprimentou o presidente do TSE, ministro Dias Tóffoli, pela iniciativa com a qual o Senado Federal concorda totalmente".

O senador Tasso Jereissati (PSDB-CE)  disse que a atitude do governo de Nicolás Maduro foi mais uma afronta ao governo, à chancelaria e ao povo brasileiros. Ele cobrou do governo federal um protesto oficial. "Atitudes como essa de desrespeito ao governo brasileiro são uma consequência dos constantes desrespeitos do governo da Venezuela à democracia e uma verdadeira sequência de desrespeitos do governo venezuelano aos tratados e aos acordos do Mercosul" afirmou Jereissati.

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