Lava Jato

‘Se há cobrador, há alguém disposto a pagar’, diz lobista a Moro

Jorge Luz confessou propina para Renan e Jader Barbalho

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O lobista Jorge Luz, afirmou, em depoimento ao juiz federal Sérgio Moro, nesta quarta-feira, 19, que, dentro dos esquemas de corrupção na Petrobrás ‘não existe nenhum santo’, e rechaçou as afirmações de réus confessos e delatores, que disseram à Justiça que os desvios na estatal são ‘a regra do jogo’. Na mesma ocasião, ele admitiu ter participado da negociação e dos repasses de R$ 11,5 milhões desviados da petrolífera para o líder do PMDB no Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), o senador Jader Barbalho (PMDB-PA) e o deputado federal Aníbal Gomes (PMDB-CE).

Questionado a respeito dos motivos que levaram as empresas a pagar propinas a agentes políticos e públicos, ele disse que não daria a mesma resposta de outros acusados que assumiram seus crimes.

“Eu tenho visto que o senhor fica muito zangado quando as pessoas vem aqui e dizem: ‘é a regra do jogo’. Não tem santo nessa história. Se há um cobrador, alguém está disposto a pagar”, afirmou.

O lobista é réu acusado de intermediar propinas de R$ 2,5 milhões de executivos da empreiteira Schahin para funcionários da Petrobrás no âmbito de contratos da estatal.

Ele e seu filho, Bruno, também são investigados neste processo por intermediar valores indevidos a políticos do PMDB.

Preso desde fevereiro no âmbito da Operação Blackout, 38.ª fase da Lava Jato, o lobista revelou que foi acertada propina de R$ 11,5 milhões de desvios da Petrobrás ao líder do PMDB no Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), ao senador Jader Barbalho (PMDB-PA) e ao deputado federal Aníbal Gomes (PMDB-CE) em troca do suposto apoio para fortalecer os ex-diretores da área Internacional Nestor Cerveró e de Abastecimento, Paulo Roberto Costa, na estatal.

Ele diz ter sido informado por Fernando Soares, o Fernando Baiano, apontado como operador do PMDB, que os dois agentes públicos estariam ‘balançando’ em seus cargos por volta de 2005, e, por isso, pediu ajuda aos parlamentares.

Em troca da suposta solicitação, os três teriam pedido propinas. (AE)

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