E a coerência?

Sartori ignora crise e sanciona reajuste do próprio salário

Governador do RS aprovou os reajustes, que chegam a 64%, mesmo com crise financeira

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A exemplo do ocorrido com o governo federal, que, em meio à crise econômica, aumento de juros, etc., o governador do Rio Grande do Sul, José Ivo Sartori (PMDB), sancionou reajustes salariais para toda a cúpula dos três Poderes do Estado, incluindo um aumento de 46% sobre os próprios vencimentos. Os deputados estaduais, juízes, desembargadores, conselheiros do Tribunal de Contas, defensores públicos e procuradores também tiveram aumento. Os maiores reajustes, de 64%, foram concedidos ao vice-governador e aos secretários estaduais, que passaram a ganhar R$ 19 mil. O impacto estimado aos cofres públicos é de R$ 3 milhões ao ano.

Já para as medidas de contingenciamento o governador gaúcho não esqueceu da crise financeira que o Estado vive. Ao tomar posse, Sartori anunciou medida duras e determinou cortes de gastos com custeio, o congelamento de nomeações de servidores e a suspensão por seis meses do pagamento de compromissos deixados pelo governo anterior.

A contenção de recursos públicos prevista em decreto do governador pode atingir a saúde. O receio da entidade é de que, sem os recursos, fiquem em risco serviços considerados essenciais, como distribuição de medicamentos pela Farmácia Básica, Primeira Infância Melhor, Estratégia de Saúde e da Família, atendimentos nas Unidades de Pronto Atendimento (UPA?s) e pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu).

Os reajustes salariais tinham sido aprovados na Assembleia Legislativa no fim do ano passado, mas precisavam do aval do governador recém-empossado para entrar em vigor. A sanção foi publicada no “Diário Oficial” do Estado nesta sexta-feira, 16. Os salários do governador, do vice e dos secretários estavam congelados desde 2008. O governador anterior, Tarso Genro (PT), afirmava que a medida significava priorizar aumentos para o funcionalismo.

Confira as medidas de contingenciamento do governo do Rio Grande do Sul:

– Suspensão de pagamentos de fornecedores do governo do Estado por 180 dias

– Adiamento de quitação dos valores pendentes de pagamento da gestão Tarso Genro, chamado ?restos a pagar?

– Congelamento temporário de novos concursos e de nomeações dos já aprovados

– Corte nos gastos com passagens aéreas e diárias para fora do Rio Grande do Sul

– Buscar os chefes de outros poderes e instituições para negociar o contingenciamento do orçamento do Judiciário, da Assembleia Legislativa e do Ministério Público

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