Corda bamba

Saída de Temer pode atrapalhar reformas, mas não preocupa especialistas

Permanência ou saida de Michel Temer não preocupa especialistas

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A atmosfera de Brasília ameaça paralisar uma agenda crucial de reformas. Entre investidores o sentimento de insegurança é quase unânime. Mas, de acordo com especialistas, tanto a permanência quanto uma possivel queda do presidente Michel Temer devem ser pesadas sobre o mesmo lado da balança fiscal.

Na avaliação de André Perfeito, economista-chefe da Gradual Investimentos, a esta altura, o possível afastamento do peemedebista não representaria grande impacto à situação fiscal do pais. “Foi a crise política como um todo, que já ocorre há algum tempo, a responsável por colocar o mercado em situação de volatilidade”, diz. “Quanto à reforma da Previdência, crucial para a manutenção e consistência econômica do Brasil a médio e a longo prazo, eu avalio que ela não vai ser aprovada neste ano”, aposta Perfeito.

“No contexto atual, tudo levará o país a uma deterioração dos ativos. A saída de Temer se faz necessária neste momento. Ele vai precisar de tempo para reaglutinar a base de apoio e, mesmo se conseguir isso o quanto antes, estamos perdendo tempo no calendário de reformas como a trabalhista e da Previdência Social”, disse Bruno Rovai, da Barclays Capital.

Colaborador da Econometric Society, o professor da Escola Brasileira de Economia e Finanças da FVG Aloisio Araujo reitera que a maior preocupação do mercado financeiro é a execução do pacote de reformas econômicas. “O otimismo do mercado em relação ao governo Temer cresceu moderamente com o anúncio da reforma da Previdência. Por outro lado, a crise política instabiliza a segurança de investidores internacionais. Do ponto de vista de mercado, o julgamento da chapa Dilma-Temer interessa pouco. Em caso de queda, o importante é que o próximo governo colabore para a continuidade desse pacote”, disse. 

Uma possível cassação da chapa de Michel Temer e Dilma Rousseff representaria um marco para lá de inusitado na política brasileira. Desde que o país voltou à democracia, em 1985, um mandato presidencial nunca foi anulado na Justiça Eleitoral.

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