Crise sem precedente

Rubens Bueno critica elevada inflação e alto juro

Governo perdeu o controle da economia, diz Rubens Bueno

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O líder do PPS na Câmara, deputado Rubens Bueno (PR), reagiu com indignação à informação de que a inflação deste ano deve ficar em 7%, conforme preveem os analistas do mercado financeiro no relatório Focus, do Banco Central. “O governo perdeu completamente o controle da economia e não consegue apresentar um projeto de longo prazo. A alta taxa de inflação reflete isso”.

A pesquisa com analistas do mercado financeiro é feita semanalmente pelo Banco Central. O percentual apurado, de 7%, é mais alto que o anterior e eleva a previsão para 0,5% ponto percentual acima do teto da meta do governo. Para o ano que vem, a taxa esperada para o IPCA também subiu, passando de 5,20% para 5,40%.

Segundo Rubens Bueno, os números são o resultado das finanças públicas ruins e da incapacidade de reação do governo perante a crise. “O que é pior nessa expectativa de uma taxa de inflação cada vez mais alta é que ela influencia a vida das pessoas, pois é um imposto perverso que recai de forma mais intensa sobre os que ganham menos”, assinalou.

A alta na previsão de inflação é a terceira seguida. “A expectativa de inflação provavelmente será elevada ao longo do ano, pois em 2015 o índice foi de 10,67%, o maior em 13 anos e o primeiro estouro da meta desde 2003”, salientou o parlamentar. O centro da meta do BC é 4,5%, “que se mostra cada vez mais distante da realidade”, ressaltou Bueno. Para o líder do PPS, essa constatação é mais grave na medida em que o segundo mandato da presidente Dilma está só começando.

Com as expectativas para a inflação em alta, as previsões para a taxa básica de juros não poderiam ter sinalização diversa. Rubens Bueno avalia que juros altos significam dificuldades ainda maiores para o setor produtivo captar dinheiro e investir, gerando postos de trabalho numa economia praticamente paralisada. “Alta de juros encarece a vida e traz desemprego, além de refletir um país desgovernado, que vai sendo levado cada dia mais para o recrudescimento da crise”, diz o líder.

O mercado espera para este ano a Selic em 15,25% — um ponto percentual acima do atual nível. O Comitê de Política Monetária (Copom) se reúne pela primeira vez em 2016 nesta terça e quarta-feira e deve aumentar os juros em 0,5% ao ano. Para 2017, o boletim Focus elevou a Selic pela terceira vez consecutiva, passando de 12,75% para 12,88%.

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