A maior crise hídrica do Rio de Janeiro dos últimos 84 anos, época em que a medição começou a ser feita, pode custar a empresas na bacia do Rio Paraíba do Sul podem ter, em curto prazo, o funcionamento interrompido. A afirmação é do secretário estadual de Ambiente do Rio de Janeiro, André Correa. Na manhã desta sexta-feira, 23, ele admitiu que a Cedae tem um plano de racionamento guardado para o caso da situação piorar.
?O rio Paraíba do Sul é usado para geração de energia, para irrigação, para abastecimento industrial, então, por exemplo, podemos ter num curto prazo, problemas com empresas que estão na bacia do Guandu, no final da bacia do Guandu, depois de onde a Cedae capta água. Nós podemos chegar num prazo curto e dizer para ela que elas vão ter que parar de operar?, alertou Corrêa. E enfatizou que o abastecimento humano vai ser priorizado.
De acordo com o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), o nível do reservatório de Paraibuna, o maior de quatro que abastecem o estado do Rio de Janeiro, e fica no Paraíba do Sul, atingiu, na quarta-feira, 21, o volume morto pela primeira vez desde que foi criado, em 1978. Segundo técnicos da secretaria do Ambiente, com o volume morto desse reservatório dá para garantir as operações por, no mínimo, mais seis meses. ?O grande problema é que, na lógica, nós estamos no período de chuva. O problema é quanto de água nós vamos armazenar para enfrentar o período de seca?, ressaltou o secretário.
O Paraíba do Sul ainda faz parte de um acordo entre os governadores de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB); do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão (PMDB); e o então de Minas Gerais, Alberto Pinto Coelho (PP), para driblar a falta de água em São Paulo e abastecer o Sistema Cantareira. Pelo acordo, mediado pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luiz Fux, os três estados devem apresentar até 28 de fevereiro propostas para o enfrentamento da crise hídrica. Uma dessas propostas é a transposição do Rio Paraíba do Sul, cuja bacia abrange áreas dos três estados.
