Outro voo de galinha

Revista econômica mais respeitada do mundo questiona capacidades do Brasil

The Economist traça panorama político-econômico do Brasil e de Dilma

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A revista de economia mais respeitada do mundo, The Economist, estampa na capa da edição desta semana a pergunta ?O Brasil estragou tudo??. A chamada se refere à mesma capa de quatro anos atrás, quando a revista fez uma reportagem especial de 14 páginas contando a ?grande história de sucesso da America Latina?. Compare as capas:

Economist 2009Economist 2013

De acordo com a edição atual, o Brasil perdeu a chance de realizar mudanças importantes durante os tempos de bonança econômica, mas não está sozinho, a Índia seguiu o mesmo caminho. ?Muitos perderam a esperança de que o país estivesse rumo à órbita e acreditam que foi apenas outro voo de galinha?.

A revista critica os gastos com aposentadorias altíssimas dos servidores públicos, investimento pífio em infraestrutura e as gigantescas carga tributária e burocracia envolvidas na produção e exportação de bens. De acordo com a Economist, a presidenta Dilma ?não quer ou não consegue? atacar o problema e ainda piora a situação interferindo na economia mais que o ?pragmático? Lula. ?Ela espantou os investidores dos projetos de infraestrutura e fez desmoronar a reputação de retidão macroeconômica, conseguida com muito custo, ao pressionar publicamente o presidente do Banco Central para cortar as taxas de juros?, diz a publicação.

Em um comparativo para as eleições de 2014, a revista afirma que a ?sorte? de Dilma é que a oposição é ?fraca e dividida?. Ao ressaltar a briga entre Aécio Neves e José Serra pela indicação do PSDB, e a pouca proeminência de Eduardo Campos, a Economist coloca Marina Silva como a única capaz de fazer frente à Dilma no ano que vem em um provável 2o turno da disputa presidencial.

O que mais preocupa, no entanto, é o ?fogo amigo? dos petistas que defendem a volta de Lula. As principais causas seriam a maneira como ela trata os seus companheiros. ?Uma mistura de arrogância, inexperiência e, talvez, uma compreensível aversão às barganhas necessárias para governar o Brasil?, diz a revista.

 

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